Vianna pede vistas e breca projeto de área de livre comércio em MG

O deputado federal Saullo Vianna solicita mais tempo para análise do projeto de criação da Zona Franca do Vale do Jequitinhonha, em MG, alegando possíveis impactos na Zona Franca de Manaus.

Diamantino Junior

Publicado em: 27/03/2024 às 15:27 | Atualizado em: 27/03/2024 às 15:31

Membro da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, o deputado federal Saullo Vianna (União Brasil-AM) entrou com pedido de vista – solicitação de mais tempo para análise – do projeto de lei 2.841/2022, que prevê a criação de uma área de livre comércio no vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais.  

De autoria do deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG) a proposta cria a Zona Franca do Vale do Jequitinhonha, com a aplicação do mesmo regime tributário, cambial e administrativo previsto pela legislação vigente para a Zona Franca de Manaus.

Ao perceber que a matéria poderia ser aprovada na comissão, Vianna se valeu de medida prevista no regimento e pediu vista do projeto de lei, concedida pelo presidente da comissão, deputado federal Marangoni (União-SP).

A ideia, conforme Vianna, é ganhar tempo para que a bancada do Amazonas no Congresso analise melhor a matéria e organize uma reação.  

“Acabamos de aprovar a reforma tributária e um dos pontos debatidos foi justamente o fim dos incentivos fiscais. E Zona Franca de Manaus, modelo baseado em benefícios tributários, aprovou a criação de fundos para se manter nosso modelo, que busca diminuir as desigualdades regionais. Por isso, importante discutirmos com o relator da reforma já que a criação de zonas como essa podem esbarrar na regulamentação da reforma”, disse o deputado.

Relatório faz menção à ZFM

O relatório do deputado federal Paulo Guedes (PT-MG), em seu voto favorável ao projeto de lei 2.841/2022 diz, expressamente, que “a implantação de uma zona franca permitiu a Manaus a constituição de um sofisticado parque industrial e, por este meio, promoveu o crescimento da renda per capita acima da média nacional e afetou positivamente as condições de moradia da população”. 

Com base nesta constatação, Guedes reinvindica que é justo “estender esse modelo comprovadamente bem-sucedido a outras regiões com necessidades análogas”.

Foto: divulgação