Investigação de Pazuello por mortes em Manaus é alento, diz Gleisi
O caso foi entregue ao ministro do STF Gilmar Mendes, que já é relator do inquérito que apura a negligência do ex-ministro e de Bolsonaro na pandemia

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 25/03/2024 às 14:29 | Atualizado em: 25/03/2024 às 14:30
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), considera um conforto para as famílias a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de investigar a responsabilidade do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (PL), sobre as mortes em Manaus pela falta de oxigênio durante a covid-19.
O caso foi entregue ao ministro do STF Gilmar Mendes, que já é relator do inquérito que apura a negligência do ex-ministro e de Bolsonaro na pandemia.
O Ministério Público identificou que 31 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus nos dias 14 e 15 de janeiro de 2021, quando o sistema de saúde colapsou.
“Ao deixar os hospitais do Amazonas entrarem em colapso durante a pandemia, Eduardo Pazuello coordenou uma das tragédias mais chocantes do país: a morte de pessoas por falta de oxigênio”, disse a presidente do PT.
Para ela, a notícia de que o deputado será investigado pelo STF “é um alento para as famílias que perderam seus entes queridos e para quem acredita na Justiça e na civilidade.”
“O bolsonarista, ex-ministro da Saúde, é mais um que deve pagar por seus crimes contra o povo brasileiro!”.
Em depoimento à CPI da covid, em junho de 2021, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo disse que avisou o governo federal nos dias 7, 9 e 10 de janeiro sobre a iminência da falta de oxigênio na rede hospitalar de Manaus.
Um dia depois, o Ministério da Saúde lançou na cidade o TrateCov, aplicativo que recomenda o uso de cloroquina para o tratamento contra o coronavírus.
Um detalhe: o evento teve a participação de Pazuello e a secretária da Gestão do Trabalho da pasta, Mayara Pinheiro, a “Capitã Cloroquina”.
Cinco dias antes do colapso, o governador do Amazonas, Wilson Lima, enviou ofícios ao então ministro da Saúde e ao então comandante militar da Amazônia (CMA), general Theophilo Oliveira.
Mas, os pedidos de ajuda foram ignorados.
Os ofícios estão no inquérito que a Polícia Federal instaurou a pedido do STF.
O drama da falta de oxigênio hospitalar no Amazonas começou no dia 14 de janeiro de 2022 e perdurou por pelo menos três semanas.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil