Igreja de Malafaia era caixa de pagamento de milicianos, diz PF

O templo evangélico era usado para pagamentos do crime organizado

Ferreira Gabriel

Publicado em: 25/03/2024 às 13:35 | Atualizado em: 25/03/2024 às 13:39

Informações do inquérito da Polícia Federal sobre o caso Marielle Franco apontam uma relação de milícias com uma igreja evangélica que é de propriedade do pastor bolsonarista Silas Malafaia.

De acordo com a PF, o segurança de um dos mandantes do assassinato da vereadora, o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão, identificado como Robson Calixto, o “Peixe”, recebia duas vezes por mês quantias originárias da arrecadação criminosa das milícias que operam na Zona Oeste do Rio, na igreja de Malafaia.

Conforme o documento policial, a informação apareceu na investigação após ligações anônimas para o serviço de “disque-denúncia” do estado, conforme consta em imagem reproduzida na página 170 do relatório, que teve seu sigilo levantado neste domingo (24) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

“Na estrada citada, próxima da UPP da Taquara, localiza-se uma igreja evangélica do Silas Malafaia, onde pode ser encontrado o miliciano ‘Robson Calixto Fonseca”, de vulgo “Peixe”, nos dias 15 e 30 de todo mês, para receber a quantia que é arrecadada na região. Ele anda armado, é policial e segurança particular do deputado Domingos Brazão”, diz a denúncia anexada ao inquérito da PF, que data de 18 de junho de 2018.

A versão usada nesta reportagem do texto com a denúncia foi corrigida em seus vários erros de ortografia. No entanto, a expressão “UPP” está equivocada e se refere, na verdade, à “UPA” da Taquara, que de fato fica a cerca de 70 metros de distância da ADVEC, a “Assembleia de Deus Vitória em Cristo”, igreja da qual Silas Malafaia é dono. Não há Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região mencionada.

“Peixe”, conforme mostram as investigações, seria um policial militar atuante na milícia de Rio das Pedras há muitos anos, além de homem de confiança de Domingos Brazão, de quem realizava uma espécie de segurança improvisada, o acompanhando constantemente. 

Leia mais no site da Revista Fórum

Leia mais

Ministro da Justiça dá por encerrado trabalhos do caso Marielle

Foto: Reprodução