Tragédia no Amazonas marca dia do plano de prevenção ao feminicídio
Em Parintins, Amazonas, mãe e filha são vítimas de feminicídio, no mesmo dia em que o Ministério das Mulheres lança o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios.

Diamantino Junior
Publicado em: 19/03/2024 às 17:08 | Atualizado em: 19/03/2024 às 17:09
No dia em que o Ministério das Mulheres apresentou o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios como parte das iniciativas do Março das Mulheres: #BrasilporElas, mãe e filha são mortas em Parintins, no interior do Amazonas, pelo sargento da Polícia Militar Jovane Matos, marido e pai das vítimas.
O plano do Governo Federal visa prevenir mortes violentas de mulheres por questões de gênero e assegurar seus direitos e acesso à justiça.
Durante o lançamento, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou os desafios enfrentados pelas mulheres, especialmente nos últimos anos, e a importância de construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Coordenado pelo Ministério das Mulheres, o plano contará com a colaboração de diversos órgãos do governo, incluindo a Casa Civil, os ministérios dos Direitos Humanos, Educação, Saúde, Justiça e Segurança Pública, entre outros.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou a necessidade de abordagens específicas para enfrentar o feminicídio e outras formas de violência contra mulheres, levando em conta as diferentes realidades e o impacto do racismo.
Representando as mulheres indígenas, a secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas, Ceiça Pitaguary, enfatizou a importância de fortalecer as iniciativas que promovem os saberes e práticas tradicionais dos povos indígenas, visando combater o feminicídio e erradicar a violência e a discriminação contra elas.
O plano de ação conta com um orçamento de R$ 2,5 bilhões para desenvolver 73 medidas distribuídas em dois eixos: estruturante e transversal.
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O primeiro inclui ações para prevenir a violência contra mulheres em diferentes etapas, desde a mudança de comportamentos até a garantia de direitos e acesso à justiça.
O segundo eixo aborda a produção de dados, conhecimento e elaboração de documentos e normas para subsidiar as políticas de prevenção e enfrentamento ao feminicídio.
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O crime
Jovane Matos teria executado a tiros a esposa, Izandra Batista Bentes, de 42 anos e a filha Iza Kamile, de 19 anos.
Fontes policiais informaram que ele também teria tentado assassinar um filho adolescente. Só não teria consumado a terceira morte, porque a arma não disparou.
Os corpos já foram removidos para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade.
Até agora não há informação das motivações dos crimes.
O Comando da PM-AM ainda não se manifestou sobre a tragédia.
Foto: Iziel Pimentel