Fraude da vacina tem elo com golpe de Bolsonaro, dizem ministros
A inserção de dados falsos no cartão de vacinação de Bolsonaro, em meio a uma investigação sobre falsificação de vacinas, levanta suspeitas de uma relação com uma tentativa de golpe de Estado, conforme apontado por ministros do STF.

Diamantino Junior
Publicado em: 19/03/2024 às 13:36 | Atualizado em: 19/03/2024 às 13:36
Segundo informações do blog da Andréia Sadi, Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) destacam a conexão entre a cronologia da fraude no cartão de vacinação contra a Covid em favor de Jair Bolsonaro e uma possível tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder. Na segunda-feira (18), Bolsonaro e outras 16 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em uma investigação sobre um esquema de falsificação de vacinas.
De acordo com informações da Polícia Federal, o registro falso da vacinação de Bolsonaro foi inserido nos registros oficiais do governo brasileiro em 21 de dezembro de 2022. Em 30 de dezembro, véspera do término de seu mandato, o então presidente deixou o país.
Segundo os ministros do STF, na época da inserção falsa, já estava claro que as Forças Armadas, possivelmente devido à falta de apoio externo, não autorizariam um golpe de Estado. Uma mensagem em que o general Braga Netto, que havia sido candidato a vice de Bolsonaro, chama o comandante do Exército de “cagão” por não aderir ao golpe foi enviada em 14 de dezembro.
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Assim, o grupo do ex-presidente “resolveu ir embora” e, por receio de ser barrado ou fiscalizado por não possuir cartão de vacina, optou pela fraude. Segundo a PF, alguns investigados deixaram o país, transferindo seus recursos para os EUA para se protegerem de possíveis processos criminais. No caso de Bolsonaro, foi realizada uma operação de câmbio em 27 de dezembro, no valor de R$ 800 mil, para um banco nos EUA, onde o ex-presidente possui conta.
Entre os investigadores da PF, a conclusão é que tudo está interligado, incluindo a investigação sobre a tentativa, também em dezembro de 2022, de resgatar joias milionárias dadas de presente por autoridades sauditas a uma comitiva do governo brasileiro.
Foto: reprodução