Pazuello não obedece a Moraes e mantém general em gabinete

Deputado enfrenta controvérsias por manter em seu gabinete o general reformado Mário Fernandes, investigado em articulações pró-golpe.

Diamantino Junior

Publicado em: 08/03/2024 às 18:07 | Atualizado em: 08/03/2024 às 18:07

O deputado federal General Eduardo Pazuello (PL) encontra-se no centro de uma polêmica envolvendo o descumprimento de uma ordem judicial emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pazuello manteve em seu gabinete, na Câmara dos Deputados, o general aposentado do Exército Mário Fernandes, mesmo após a determinação de afastamento de todos os investigados na articulação pró-golpe de Estado.

Mário Fernandes, ex-ministro-interino da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, continua ocupando um cargo de natureza especial no gabinete de Pazuello, recebendo seu salário normalmente, conforme registros públicos.

Este tipo de cargo é reservado às lideranças e à mesa da Câmara, porém, Fernandes foi nomeado pela liderança do PL e, posteriormente, emprestado ao gabinete do General.

A ordem de afastamento de todos os investigados na articulação pró-golpe foi assinada por Moraes em 8 de fevereiro, porém, Fernandes permaneceu em suas funções no gabinete parlamentar. Diante do questionamento sobre o assunto, Pazuello optou por não comentar.

Mário Fernandes, além de sua atuação no gabinete de Pazuello, esteve envolvido em outras questões polêmicas.

Ele foi flagrado em uma reunião gravada em vídeo na qual o então presidente Jair Bolsonaro solicitava ação contra o sistema eleitoral brasileiro.

Além disso, Fernandes foi alvo de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade) e foi responsável pela divulgação de uma carta aberta que pedia ruptura institucional às vésperas da diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2022, circulando em redes bolsonaristas e entre grupos de oficiais das Forças Armadas.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil