‘Bolsonaro se borrou de medo e tentou fugir para EUA’, diz Lula
A tensão política entre os ex-presidentes Lula e Bolsonaro aumenta após declarações em eventos públicos e durante entrevistas.

Diamantino Junior
Publicado em: 05/03/2024 às 14:17 | Atualizado em: 05/03/2024 às 14:17
Em um evento na última segunda-feira (4/3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom contra Bolsonaro, acusando-o de tentar dar um golpe no país. Segundo Lula, Bolsonaro imaginou que seria apoiado pelo “povo fascista” e permaneceria como presidente mesmo após perder as eleições de 2022.
A escalada de tensões entre Lula e Bolsonaro ocorre em meio a investigações da Polícia Federal (PF) envolvendo o ex-presidente e seus aliados. Em 22 de fevereiro, Bolsonaro optou por ficar em silêncio durante um depoimento à PF.
Além disso, durante seu discurso, Lula também criticou a cobertura da imprensa sobre a Operação Lava Jato, acusando-a de ter “santificado algumas pessoas” e de não ter coragem de admitir seus erros.
Ele mencionou sua própria experiência de prisão por 580 dias na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, resultante de uma condenação no caso do tríplex do Guarujá, que foi posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.
A tensão política entre os ambos continua a crescer, enquanto buscam consolidar suas bases de apoio e enfrentam o escrutínio público sobre suas ações e declarações.
Lula também mencionou o evento de sua posse para o terceiro mandato presidencial em 1º de janeiro de 2023, que contou com a presença de cerca de 150 mil pessoas, como um momento que teria gerado “medo” em Bolsonaro.
Ele sugeriu que Bolsonaro temia a demonstração de apoio popular à sua gestão e mencionou a viagem do ex-presidente para os Estados Unidos dois dias antes da posse, o que resultou em Lula recebendo a faixa presidencial de um grupo de pessoas e não de seu antecessor.
Manifestação na Paulista
O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 25 de fevereiro, que reuniu cerca de 350 mil pessoas.
Durante o evento, Bolsonaro negou qualquer tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e defendeu um projeto de anistia aos envolvidos no episódio do 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em 2023.
Em contrapartida, em uma entrevista à “RedeTV!” na terça-feira, 27 de fevereiro de 2024, o presidente Lula admitiu que a manifestação foi significativa e destacou a impossibilidade de negar esse fato.
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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil