Aos 20 anos, barbeiro talentoso foi na onda de Bolsonaro: 11 anos de cadeia

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou João Oliveira Antunes Neto, barbeiro de 20 anos do Piauí, a 11 anos e seis meses de prisão por seu envolvimento em atos golpistas ocorridos em 8 de Janeiro.

Diamantino Junior

Publicado em: 04/03/2024 às 16:51 | Atualizado em: 04/03/2024 às 16:51

O Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma sentença na sexta-feira (1º/3), condenando o barbeiro piauiense João Oliveira Antunes Neto a 11 anos e seis meses de prisão por seu envolvimento nos eventos considerados golpistas ocorridos em 8 de Janeiro.

Com apenas 20 anos de idade, Antunes Neto, que além de barbeiro se autodenomina um “jovem cristão pregador do evangelho de Jesus Cristo”, é natural de Dirceu Arcoverde, uma pequena cidade no sudeste do Piauí com pouco mais de sete mil habitantes, de acordo com o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A decisão do STF se baseou na participação de Antunes Neto em três crimes relacionados ao 8 de Janeiro: abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e associação criminosa armada.

Apesar da condenação, o barbeiro está em liberdade provisória desde 15 de novembro, quando foi solto pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, com a condição de cumprir medidas cautelares.

Nas redes sociais, Antunes Neto se apresentava como um “barbeiro profissional” e um “jovem cristão pregador do evangelho de Jesus Cristo”, compartilhando fotos de seu trabalho, mas sem expressar opiniões políticas.

Seu advogado, Fábio Diniz Rocha Alves, declarou ao Estadão que irá recorrer da decisão, argumentando que o barbeiro estava apenas exercendo seu direito de se manifestar pacificamente.

Além de Antunes Neto, o STF também condenou outros 14 réus na mesma sexta-feira, com penas variando de 13 anos e seis meses a 16 anos e seis meses de prisão.

Antunes Neto teve a pena mais branda entre os réus, junto com outro indivíduo.

O advogado do barbeiro informou que solicitou acordos de não persecução penal para outros envolvidos que não participaram de atos de vandalismo a prédios públicos, incluindo aqueles detidos no QG.

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Foto: redes sociais