Dez anos após Lava Jato, construtoras miram obras do governo

Dez anos após a Lava-Jato, o setor de construção pesada enfrenta desafios, mas busca novos caminhos para retomar o crescimento.

Diamantino Junior

Publicado em: 04/03/2024 às 14:43 | Atualizado em: 04/03/2024 às 14:43

Dez anos após o início da operação Lava Jato, o setor de construção pesada do Brasil ainda enfrenta os reflexos dessa investigação, mas está buscando novos caminhos para retomar o crescimento.

As principais empresas do setor foram alvo de investigações por esquemas de cartel e corrupção em contratos públicos, resultando em acordos de leniência e condenações de altos executivos.

No entanto, muitas dessas empreiteiras estão se reabilitando e voltando a trabalhar para o governo, que está retomando os investimentos em infraestrutura.

Além disso, essas empresas estão ampliando sua atuação no setor privado, participando de concessões e projetos de parcerias público-privadas (PPPs).

O encolhimento das grandes construtoras abriu espaço para o surgimento de novos concorrentes, incluindo médias e pequenas construtoras, que formaram consórcios ou expandiram suas atividades de forma independente.

Empresas como a Construtora Passarelli e a Dimensional Engenharia estão entre aquelas que têm se destacado no mercado de infraestrutura.

Concorrentes estrangeiras, como empresas chinesas e europeias, também estão assumindo obras de infraestrutura no Brasil. Isso levou a uma perda de competitividade das empresas nacionais no setor, conforme apontado por especialistas.

Apesar dos desafios enfrentados, há sinais de recuperação no horizonte. Grandes empreiteiras, como Novonor, Andrade Gutierrez e UTC, foram reabilitadas para prestar serviços para a Petrobrás. A OEC, braço de engenharia e construção da Novonor, tem como meta conquistar novos negócios significativos até 2027.

Outras empresas, como a OAS, dividiram-se em novos grupos após a Lava Jato, buscando expandir suas atividades no setor privado.

Parcerias Público-Privadas tornaram-se uma estratégia importante para o crescimento de empresas como Queiroz Galvão e Camargo Corrêa Infra.

Apesar dos desafios, o setor de construção pesada está se adaptando e buscando novas oportunidades de crescimento, especialmente à medida que o governo retoma os investimentos em infraestrutura.

Com os projetos em andamento, espera-se que o setor contribua significativamente para a recuperação econômica do país e a geração de empregos nos próximos anos.

Foto: Luiz Medeiros/Divulgação Câmara dos Deputados