QG do golpe: militares se blindam e ‘jogam Bolsonaro n’água’
Responsabilidade pelo roteiro do golpe é toda do então presidente, dizem oficiais.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 21/02/2024 às 05:42 | Atualizado em: 21/02/2024 às 05:42
Militares tentam blindar e minimizar participação de colegas na confecção do roteiro do golpe, que para eles é responsabilidade do governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
É que, em meio ao avanço das investigações, eles se dizem preocupados com as conclusões às quais a Polícia Federal chegou em relação aos fardados na operação Tempus Veritatis.
Conforme o blog Andréia Sadi, no g1, haveria “excessivo poder” de influência atribuído a militares de baixa patente e sem contingente para mobilizar.
Por exemplo, é o caso, por exemplo, do general Estevam Theophilo, comandante do Comando de Operações Especiais Terrestres (Coter), que teria sinalizado adesão aos planos de Bolsonaro.
Além disso, ee acordo com o Exército, o Coter fica em Brasília (DF) e não tem nenhuma tropa subordinada a ele.
Segundo a publicação, já o Comando de Operações Especiais (Copesp) fica vinculado ao Comando Militar do Planalto.
Ou seja, não poderia tomar qualquer atitude sem a anuência do comandante do Exército. Oficiais ouvidos pelo blog destacam ainda se tratar de um grupo de planejamento, sem capacidade de atuação.
Assim como, outra crítica feita é em relação ao papel atribuído aos militares que trocaram mensagens com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
É o caso do coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o coronel Bernardo Romão Correa Neto e outros.
Então, a alegação é de que se trata de militares de baixa patente e cujos raios de influência não ultrapassariam seus círculos de amizades pessoais.
Eles aparecem perguntando Cid se já haviam encontrado indícios de fraudes nas urnas e municiando o núcleo golpista com informações falsas.
Dessa maneira, a estratégia é tratar esses militares como espécie de coadjuvantes do roteiro do golpe – o que a PF rechaça, baseada nas investigações, além de repetir que militares que comparecer a encontros com Bolsonaro atenderam a chamados do chefe do Executivo.
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Foto: arquivo/Agência Brasil