QG do golpe: militares se blindam e ‘jogam Bolsonaro n’água’

Responsabilidade pelo roteiro do golpe é toda do então presidente, dizem oficiais.

Em 2022, 46 militares assinaram carta pró-golpe de Estado

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 21/02/2024 às 05:42 | Atualizado em: 21/02/2024 às 05:42

Militares tentam blindar e minimizar participação de colegas na confecção do roteiro do golpe, que para eles é responsabilidade do governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

É que, em meio ao avanço das investigações, eles se dizem preocupados com as conclusões às quais a Polícia Federal chegou em relação aos fardados na operação Tempus Veritatis.

Conforme o blog Andréia Sadi, no g1, haveria “excessivo poder” de influência atribuído a militares de baixa patente e sem contingente para mobilizar.

Por exemplo, é o caso, por exemplo, do general Estevam Theophilo, comandante do Comando de Operações Especiais Terrestres (Coter), que teria sinalizado adesão aos planos de Bolsonaro.

Além disso, ee acordo com o Exército, o Coter fica em Brasília (DF) e não tem nenhuma tropa subordinada a ele.

Segundo a publicação, já o Comando de Operações Especiais (Copesp) fica vinculado ao Comando Militar do Planalto.

Ou seja, não poderia tomar qualquer atitude sem a anuência do comandante do Exército. Oficiais ouvidos pelo blog destacam ainda se tratar de um grupo de planejamento, sem capacidade de atuação.

Assim como, outra crítica feita é em relação ao papel atribuído aos militares que trocaram mensagens com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

É o caso do coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o coronel Bernardo Romão Correa Neto e outros.

Então, a alegação é de que se trata de militares de baixa patente e cujos raios de influência não ultrapassariam seus círculos de amizades pessoais.

Eles aparecem perguntando Cid se já haviam encontrado indícios de fraudes nas urnas e municiando o núcleo golpista com informações falsas.

Dessa maneira, a estratégia é tratar esses militares como espécie de coadjuvantes do roteiro do golpe – o que a PF rechaça, baseada nas investigações, além de repetir que militares que comparecer a encontros com Bolsonaro atenderam a chamados do chefe do Executivo.

Leia mais no g1.

Leia mais

Bolsonaro articulou golpe com militares, revela ex-ajudante Cid

Foto: arquivo/Agência Brasil