Brasil não recua e leva Israel ao tribunal internacional de Haia

Durante audiência, diplomata brasileira denuncia práticas de Israel nos territórios palestinos.

Diamantino Junior

Publicado em: 20/02/2024 às 20:28 | Atualizado em: 20/02/2024 às 20:28

Nesta terça-feira (20/2), durante uma audiência na Corte Internacional de Justiça em Haia, na Holanda, a delegação brasileira fez acusações contundentes contra Israel, declarando que suas práticas nos territórios palestinos equivalem à anexação.

Maria Clara Paula de Tusco, diplomata brasileira e chefe da divisão da ONU no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, afirmou que a ocupação israelense desses territórios é ilegal e viola obrigações internacionais através de diversas ações, como o confisco de terras, a destruição de casas, a construção de colônias e de muros.

Tusco enfatizou ainda que a criação de dois sistemas jurídicos distintos por parte de Israel na Cisjordânia, um para os colonos israelenses e outro para os palestinos, representa discriminação contra a população palestina.

Essa prática não apenas prejudica o reconhecimento e o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos palestinos, mas também perpetua a desigualdade.

Além das acusações, a diplomata apresentou uma série de medidas que o Brasil espera que sejam adotadas para pôr fim à ocupação dos territórios palestinos, incluindo o não reconhecimento da ocupação por outros Estados e a reparação aos palestinos pelas violações sofridas.

A declaração de Tusco culminou com a reiteração do apoio do Brasil à solução de dois Estados para o conflito, enfatizando que o Estado palestino deve ser independente, soberano e economicamente viável.

Ela ressaltou a importância da coexistência pacífica e segura entre Israel e Palestina dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental como a capital palestina.

Essas declarações refletem a posição firme do Brasil em relação à questão palestina e sua busca por uma solução justa e duradoura para o conflito na região.

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Foto: divulgação