PF já sabe dos senadores e deputados que iam ao ‘QG do golpe’ de Bolsonaro

A movimentação dos parlamentares ocorreu no fim de novembro de 2022

Ferreira Gabriel

Publicado em: 16/02/2024 às 12:44 | Atualizado em: 16/02/2024 às 12:45

A Polícia Federal já tem os nomes dos deputados e senadores que passaram pela casa do Lago Sul de Brasília onde parte do plano de golpe de Jair Bolsonaro foi traçado.

De acordo com a coluna de Rodrigo Rangel no Metrópoles, a movimentação dos parlamentares ocorreu no fim de novembro de 2022, após a derrota do então presidente para Lula da Silva (PT)

Passaram pela casa os deputados federais Marcel Van Hattem (Novo/RS) e Osmar Terra (MDB/RS), conhecidos apoiadores do então presidente que, àquela altura, estavam engajados no movimento para emparedar o Tribunal Superior Eleitoral e questionar a higidez das urnas.

Senadores bolsonaristas também foram ao “QG do Golpe”. Entre eles, Guaracy Silveira (PP/TO), suplente de Kátia Abreu que estava no exercício do mandato, e o cearense Eduardo Girão (à época no Podemos) – este, aliás, teria sido o responsável por levar outros congressistas, como Van Hattem, para falar com o general Braga Netto.

A explicação para os encontros na casa era praticamente a mesma para todos: disseram, depois, que foram ao QG discutir a auditoria das urnas que o PL havia encomendado a uma empresa particular e às Forças Armadas.

Embora estivessem todos pessoalmente envolvidos na estratégia de lançar suspeitas sobre o processo eleitoral, eles até podiam estar falando a verdade sobre o motivo da visita, e não é de se descartar que não tenham tido nenhuma participação na elaboração da minuta de decreto do golpe. Só que, sob a perspectiva do que se sabe agora, a partir do avanço das investigações, isso precisa ser minuciosamente averiguado pelas autoridades competentes.

Com tudo o que tem em mãos (mensagens, áudios e outros registros apreendidos), e diante da possibilidade de interrogar quem estava metido até o pescoço na trama, a Polícia Federal poderá ligar os pontos e, quem sabe, avançar e descobrir que a maquinação para anular o resultado das eleições, prender Alexandre de Moraes e esticar a permanência de Jair Bolsonaro no poder ia bem além dos personagens que já foram mapeados.

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