General Pazuello passou 11 horas com Bolsonaro e Cid tratando do golpe
Polícia Federal esmiuçou detalhes de relatórios do GSI. Braga Netto indicou ataques ao comandante do Exército.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 15/02/2024 às 11:55 | Atualizado em: 15/02/2024 às 12:11
Conforme documento que O Globo teve acesso revela a atuação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na trama golpista, que esteve no Palácio da Alvorada das 7h30 às 18h20.
Segundo o relatório da Polícia Federal PF), o documento também afirma que a investigação reuniu dados que “comprovam” que o ex-presidente Jair Bolsonaro “analisou e alterou” uma minuta de decreto que determinava o rompimento constitucional.
Dessa maneira, o relatório entregue ao STF reuniu ainda indícios de que Pazuello, que não foi alvo da operação da semana passada, foi um dos aliados de Bolsonaro que defenderam a ruptura constitucional.
Por exemplo, um dos elementos citados pela PF é um áudio gravado em 8 de novembro de 2022 no qual o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, relata a um interlocutor que o então presidente estava recebendo visitas.
Isto é, “no sentido de propor um ruptura institucional” e “pressioná-lo a tomar medidas mais fortes para reverter o resultado das eleições”. Segundo a PF, a gravação foi endereçada “aparentemente” a Freire Gomes.
O cenário apresentado por Mauro Cid ao general Freire Gomes, na data de 08 de novembro de 2022, já demonstra uma atuação do atual deputado federal, o general Eduardo Pazuello, no sentido de propor uma ruptura constitucional, com fundamento em uma interpretação anômala do art. 142 da Constituição Federal, afirma a PF.
A reportagem de O Globo destaca que dados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) obtidos pela PF confirmam que Pazuello esteve no Palácio da Alvorada em 7 de novembro de 2022.
Dessa maneira, lá ele passou quase 11 horas no local, das 7h30 às 18h20. Cid também estava na residência oficial.
Nesse sentido, mno momento em que Pazuello apresentou a proposta a Bolsonaro, segundo Cid, o então presidente “desconversou e nem quis saber”.
Assim sendo, na delação premiada, homologada pelo STF, Cid afirmou, segundo a PF, que Pazuello “integraria o grupo de radicais que queriam reverter o resultado das eleições”.
Já a defesa de Cid afirmou que não pode “emitir conclusões” enquanto não tiver acesso aos autos da operação mais recente.
Leia mais
Generais são orquestrados por Bolsonaro para golpe nas eleições
Braço direito de Pazuello traz Bolsonaro de novo à trama de golpe
Ex-ministro da Defesa: ataques
Além disso, o documento da PF que embasou a operação mais recente sobre a tentativa de golpe de Estado mostra atuação do ex-ministro da Defesa Braga Netto.
É que ele estimulou bolsonaristas a atacarem, em dezembro de 2022, o general Tomás Paiva, hoje comandante do Exército.
Leia mais em O Globo.
Leia mais
PF revela data planejada para golpe de Bolsonaro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil