Caso Marielle: currículo de promotora saiu do computador de Ramagem
É o que aponta investigação da CGU

Ferreira Gabriel
Publicado em: 30/01/2024 às 09:49 | Atualizado em: 30/01/2024 às 09:49
O currículo da promotora de Justiça do Rio Simone Sibilio, responsável por investigar o homicídio da vereadora Marielle Franco, foi impresso no computador do então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ). É o que aponta a investigação da Controladoria-Geral da União (CGU).
O currículo foi encontrado pela CGU em meio a uma série de documentos impressos pela ‘estrutura paralela’ da agência. O material resgatado ajudou a embasar a investigação da PF sobre o suposto esquema de espionagem ilegal no órgão.
De acordo com a CGU, foi identificado no servidor de Ramagem o resumo do currículo de Simone Sibilio, que coordenava o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e atuou na força-tarefa do inquérito sobre o assassinato da parlamentar, ocorrido em 2018. A promotora deixou o caso em 2021.
No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF aponta que o documento “tem a mesma ausência de identidade visual nos moldes dos Relatórios apócrifos da estrutura paralela”.
A investigação sobre a Abin teve início com a apuração sobre a utilização do FirstMile logo após O GLOBO revelar o caso, em março do ano passado. Na época, a pasta solicitou acesso a uma sindicância da Abin sobre a ferramenta israelense que permitia monitorar a localização de pessoas por meio de dados de celulares.
Com o avanço das apurações, a CGU descobriu que impressões feitas na Abin deixavam um rastro, pois geravam o chamado “log”, espécie de registro no sistema que mostra a identidade do usuário do equipamento. A partir daí, 120 gigabytes (GB) de documentos foram recuperados e compartilhados com a PF.
É nesse conjunto de documentos que está o currículo da promotora.
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