Arthur Lira ignora pedidos de ‘socorro’ de deputados bolsonaristas
Presidente da Câmara deve escolher o silêncio a ter que barrar PF

Mariane Veiga
Publicado em: 20/01/2024 às 10:45 | Atualizado em: 20/01/2024 às 10:53
Quando procurado por parlamentares que buscam “respaldo” contra ações da Polícia Federal (PF) nas dependências da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), prefere ignorar os pedidos.
A primeira solicitação foi em 2 de agosto de 2023, quando o gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi vasculhado pela PF. As informações são do blog do Noblat, do Metrópoles.
À época, os agentes procuravam documentos que comprovassem a ligação de Zambelli com o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de tentar invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a pedido da deputada.
Naquele dia, deputados procuraram por Lira, em seu gabinete e ligaram para o seu celular em busca de ‘ajuda’, mas não tiveram resposta.
Da mesma forma deve acontecer com Carlos Jordy (PL-RJ), alvo da 24ª fase da operação Lesa Pátria.
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De acordo com a investigação, o deputado bolsonarista trocava mensagens com um grupo sobre os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.
Portanto, Lira deve escolher o silêncio. Mesmo provocado por congressistas da oposição, o presidente da Câmara não quer comprar animosidade com o Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo com o ministro Alexandre de Moraes.
Antes de Zambelli e Jordy, a última vez que a PF fez uma operação de busca e apreensão na Câmara foi em 2020.
À época, os agentes foram ao gabinete da então deputada Rejane Dias (PT-PI), que era investigada por um suposto esquema de fraudes no transporte escolar do Piauí.
Sob presidência de Rodrigo Maia (PSDB), a Mesa Diretora da Câmara acionou o STF para barrar a entrada da PF, mas a Corte negou.
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Foto: Pablo Valadares /Câmara dos Deputados