8 de Janeiro: 14 senadores de partidos da base de Lula no ato da oposição
Os parlamentares afirmam condenar os ataques, mas apontam que houve falhas da gestão do petista para conter os atos golpistas

Ferreira Gabriel
Publicado em: 10/01/2024 às 09:18 | Atualizado em: 10/01/2024 às 09:20
Um grupo de 30 senadores repudiou evento que rememora a importância da democracia no dia que os atos golpistas do 8 de janeiro completam um ano.
Entre eles, 14 parlamentares filiados a partidos que integram a base do governo Lula: PP (5), União Brasil (4), Republicanos (4) e PSD (1) que, juntos, lideram sete ministérios.
Na manifestação, os congressistas afirmam condenar os ataques sofridos no começo do ano passado, mas apontam que houve falhas da gestão do petista para conter a depredação pública.
Neste contexto, apontam abusos de poder que teriam sido cometidos pelo poder Executivo, o que justifica o não atendimento ao convite do presidente para esta segunda-feira.
“A constatação de falhas por parte do governo federal para conter esses atos é preocupante e levanta sérias questões sobre a eficácia das medidas tomadas, que podem ser interpretadas como uma lacuna na capacidade do governo em antecipar e lidar com situações de potencial desestabilização, o que compromete não apenas a segurança pública, mas também a credibilidade das instituições responsáveis por garantir a ordem e a paz social”, diz trecho do documento.
No texto, os senadores rememoram uma entrevista do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na ocasião, em 23 de novembro, o senador disse a jornalistas “nenhuma instituição tem o monopólio da defesa da democracia no Brasil”.
A frase é utilizada sob o argumento de que um único poder não é responsável pela defesa da democracia, em alusão ao evento organizado pelo Executivo.
Além de parlamentares de partidos adversários ao governo, assinaram o documento nomes que pertencem a siglas da base, mais que votam com a oposição. São eles: Ciro Nogueira (PP), Tereza Cristina (PP), Mecias de Jesus (Republicanos), Alan Rick (União), Cleitinho (Republicanos), Damares Alves (Republicanos), Dr. Hiran (PP), Esperidião Amin (PP), Hamilton Mourão (Republicanos), Jayme Campos (União), Luiz Carlos Heinze (PP), Márcio Bittar (União), Nelsinho Trad (PSD) e Sergio Moro (União).
Os senadores em questão pertencem a partidos com cargos no primeiro escalão do Planalto. No caso do União Brasil, Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) lideram ministérios. Já o PSD tem três pastas comandadas por Carlos Fávaro (Agricultura), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira). O Republicanos e o PP possuem um ministério cada — Portos e Aeroportos, sob o comando de Silvio Costa Filho e Esportes, com André Fufuca, respectivamente.
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Foto: Agência Brasil