Salgueiro homenageia Bruno Pereira e Dom Phillips em desfile
O Salgueiro destaca a luta pela Amazônia e a causa indígena.

Diamantino Junior
Publicado em: 07/01/2024 às 10:37 | Atualizado em: 07/01/2024 às 12:03
O indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, mortos na Amazônia serão homenageados pela Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro, no Carnaval deste ano. Os dois foram mortos em junho de 2022, nas proximidades de Atalaia do Norte, município a 1.136 km de Manaus, por criminosos que atuavam em uma rede de pesca e caça clandestina, com ligações com o narcotráfico e outros crimes.
A homenagem será feita no desfile da Vermelha e Branca da Tijuca, que terá como tema o povo Ianomâmi. Com o título “Hutukara”, que na língua Ianomâmi significa “o céu original a partir do qual se formou a terra”, o Salgueiro pretende exaltar a mitologia Ianomâmi e levantar a bandeira pela defesa da Amazônia.
“O Bruno e o Dom eram defensores da Amazônia e da causa indígena. É importante que a gente mantenha viva a memória deles e continue lutando por essas causas”, disse o biólogo Pedro Ribeiro, integrante do Salgueiro.
A escola vai abordar questões como o aquecimento global, o desmatamento e outras ações do homem que impactam diretamente na vida dos indígenas.
A importância da homenagem
A homenagem a Bruno Pereira e a Dom Phillips é importante por vários motivos. Primeiro, ela é uma forma de lembrar e homenagear dois homens que deram a vida pela defesa da Amazônia e da causa indígena. Segundo, ela é uma oportunidade de conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação da floresta e da proteção dos povos indígenas.
Bruno Pereira era um indigenista experiente, que trabalhava na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) há mais de dez anos. Ele era conhecido por sua luta contra as invasões às terras indígenas na Amazônia. Dom Phillips era um jornalista britânico que escrevia sobre a Amazônia há muitos anos. Ele estava trabalhando em um livro sobre a região quando também foi assassinado.
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Os dois homens foram mortos em um contexto de crescente violência contra os povos indígenas e contra a floresta amazônica. O desmatamento na Amazônia aumentou significativamente nos últimos quatro anos, e o garimpo ilegal se tornou uma das principais ameaças à floresta.
A homenagem do Salgueiro é um importante sinal de resistência contra essa violência. Ela é uma demonstração de que a sociedade brasileira não esqueceu Bruno Pereira e Dom Phillips, e que continuará lutando pela defesa da Amazônia e da causa indígena.
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Foto: reprodução/redes sociais