Chefe da Polícia Federal confirma: Bolsonaro interferiu politicamente

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, tornou público seu posicionamento sobre a alegada interferência política do governo Bolsonaro na instituição.

Em uma entrevista exclusiva à CNN Brasil, Rodrigues apontou a instabilidade gerada pelas sucessivas mudanças no comando da PF como um fator determinante para o que descreve como “bloqueio de ações” durante esse período.

Durante o governo Bolsonaro, a PF passou por quatro mudanças de comando, começando com a saída de Maurício Valeixo após uma disputa com o então ministro da Justiça, Sergio Moro.

As substituições subsequentes, que envolveram nomes como Rolando Alexandre, Paulo Maiorino e a tentativa de Alexandre Ramagem assumir a direção, resultaram em um cenário de incerteza e alternâncias que, segundo Rodrigues, impactaram negativamente a estabilidade e produtividade da PF.

“Nenhuma empresa, nenhuma instituição se sustenta, pode ser produtiva com tamanha alternância, porque isso implica mudança de diretores, de superintendências”, afirmou Rodrigues.

Investigação

O  inquérito sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal é prorrogado por mais 30 dias. A decisão é do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).   

O decano do Supremo atendeu a solicitação da PF, que apontou a necessidade de novas diligências na apuração. Dessa forma, o presidente será ouvido, de acordo com publicação da revista Veja.

O despacho foi assinado por Mello, nessa quarta-feira, 1º, uma vez que o STF entrar em recesso, de hoje (2) até o dia 31 de julho. 

O pedido por mais prazo, entretanto, foi direcionado ao ministro do STF no final de maio.

Pedir mais prazo faz parte do rito em investigações criminais.

Dessa vez, quem pediu foi Christiane Correa Machado, que conduz a apuração. 

Ela é chefe do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF.

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Diante dessas revelações, a CNN procurou os advogados de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para obter uma resposta em relação à acusação de interferência política. A equipe aguarda retorno para mais esclarecimentos sobre o tema.

Foto: Tânia Rêgo/ABr