Assessor de Lula diz que mortes de crianças em Gaza por Israel são genocídio
Celso Amorim faz a alusão num momento em que a crise ganha uma dimensão inédita e que soma mais de 10 mil mortos.

Diamantino Junior
Publicado em: 09/11/2023 às 15:56 | Atualizado em: 09/11/2023 às 19:05
O embaixador Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, disse em um discurso em Paris que “inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra” e que as mortes de milhares de crianças na Faixa de Gaza são “genocídio”.
Amorim participa da reunião convocada pelo Governo da França para garantir ajuda humanitária aos palestinos.
Em seu discurso, Amorim destacou a declaração do presidente Lula da Silva de que “inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra”.
Foi essa, portanto, a primeira vez que Amorim usou o termo “genocídio” de forma aberta, em um evento diplomático internacional. Lula já havia recorrido ao termo numa declaração no Brasil. O próprio Amorim havia feito referência ao termo em uma recente entrevista no programa ReConversa, com Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde.
Amorim, portanto, faz a alusão no momento em que a crise ganha uma dimensão inédita e que soma mais de 10 mil mortos.
Na ONU, o debate sobre o termo tem causado polêmica, conforme o colunista Jamil Chade, do UOL. Oficialmente, a entidade ainda cita apenas “crimes de guerra”. Mas, há dez dias, um alto funcionário das Nações Unidas publicou uma carta ao se aposentar, alertando que a entidade estava se dobrando diante da pressão de americanos. Segundo ele, o que ocorre em Gaza é de fato um “genocídio”.
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“O Brasil está contribuindo nas áreas de segurança alimentar e saneamento de água em Gaza”, disse. “Tendo fornecido à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) um total de US$ 20 milhões entre 2006 e 2016, estamos determinados a retomar nosso compromisso com a agência”, anunciou.
“Uma contribuição financeira simbólica à UNRWA está sendo feita imediatamente. Uma contribuição mais substancial está sendo preparada e será anunciada em breve”, disse.
Leia a coluna de Jamil Chade, na íntegra, no UOL.
Foto: Presidência da Ucrânia/reprodução