Cid delata que Bolsonaro queria esconder golpistas no Alvorada
Relato revela tentativa de esconder pessoas sob investigação no Palácio da Alvorada.

Diamantino Junior
Publicado em: 01/11/2023 às 13:39 | Atualizado em: 01/11/2023 às 13:39
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, detalhou em sua delação à Polícia Federal (PF) a tentativa do ex-presidente de usar o Palácio da Alvorada para esconder indivíduos sob investigação.
Segundo reportagem do jornalista Aguirre Talento no UOL, Cid revelou que Bolsonaro teria instruído o influencer bolsonarista Oswaldo Eustáquio a se refugiar na residência oficial para evitar prisão em investigações lideradas por Alexandre de Moraes, ministro do STF. A defesa de Bolsonaro nega as acusações.
Cid disse ter convencido Bolsonaro a desistir da ideia para evitar complicações legais com o STF. Posteriormente, Bolsonaro autorizou um carro oficial a transportar Eustáquio a fim de dificultar seu rastreamento por investigadores.
Eustáquio, bolsonarista, foi recebido por Bolsonaro no Palácio da Alvorada em dezembro e entrou no prédio em um vídeo de 12 de dezembro.
Além de Eustáquio, Bolsonaro considerou esconder o youtuber Bismark Fugazza, ambos alvos de mandados de prisão emitidos por Alexandre de Moraes no final do ano anterior, porém, fugiram para o Paraguai. Fugazza foi preso, mas Eustáquio, solicitando refúgio, evitou a prisão.
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O advogado e ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten afirmou que Bolsonaro nega as acusações e refutou qualquer proximidade com o blogueiro.
Ele destacou que esconder alguém no Palácio da Alvorada seria impossível devido ao grande fluxo de pessoas no local. Oswaldo Eustáquio também refutou ter solicitado refúgio na residência oficial.
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Foto: Lula Marques/Agência Brasil