Chefe de operações do Ibama foi espionado pela Abin de Bolsonaro
A Polícia Federal investiga a possibilidade de monitoramento ilegal do servidor do Ibama pela Abin.

Diamantino Junior
Publicado em: 30/10/2023 às 20:49 | Atualizado em: 30/10/2023 às 20:49
A Polícia Federal (PF) está investigando a possibilidade de a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ter realizado monitoramento ilegal do servidor Hugo Ferreira Netto Loss. Ele liderou ações do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra garimpeiros e madeireiros ilegais na Amazônia, durante o governo de Jair Bolsonaro, sendo posteriormente exonerado em abril de 2020.
Segundo informações do jornal O Globo, a PF suspeita que a Abin tenha monitorado Hugo Ferreira por meio do programa de espionagem FirstMile. A operação da PF revelou que a agência utilizou essa ferramenta para vigiar políticos, jornalistas, advogados e opositores do governo Bolsonaro. Em resposta, a Abin afirmou estar colaborando com as investigações e encerrou o uso desse sistema em maio de 2021.
Hugo Ferreira, servidor de carreira do Ibama, liderou ações de combate ao garimpo em terras indígenas no sul do Pará. Durante essas atividades, os fiscais confiscaram e destruíram equipamentos utilizados por infratores.
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Embora essa prática de destruição de equipamentos esteja prevista na legislação, era frequentemente alvo de críticas por parte de Bolsonaro. Após uma operação em novembro de 2019, o presidente sugeriu a garimpeiros que tomaria medidas se esse procedimento persistisse.
A direção atual do Ibama emitiu uma nota classificando como “muito grave” a possibilidade de um de seus servidores ter sido monitorado ilegalmente. O órgão aguarda o desfecho das investigações e espera que, caso haja responsáveis, sejam punidos conforme a lei.
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Foto: divulgação