Alckmin libera R$ 647 milhões e dragagem de rio no Amazonas

O auxílio do Governo Lula pode chegar a R$ 1,25 bilhão com antecipação do Bolsa-Família e auxílio aos pescadores.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 18/10/2023 às 18:26 | Atualizado em: 18/10/2023 às 18:26

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciou nesta quarta-feira (18) que o Ministério dos Transportes/Dnit assinou o contrato e liberação de R$ 100 milhões para o início da dragagem do rio Amazonas, na localidade costa do Tabocal, em Itacoatiara. Essa parte do rio, próxima à foz do rio Madeira, é que está impedindo a entrada de navios cargueiros com os insumos para abastecer as indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Desse modo, o volume de recursos liberados ou prestes a sair, até agora, chega a R$ 647 milhões. No entanto, a ajuda humanitária do governo federal poderá ser de R$ 1,25 bilhão, com entrada do Bolsa-Família antecipado (R$ 440,5 milhões) e do auxílio aos pescadores (R$ 168 milhões).

O anúncio dessas e outras ações emergenciais ocorreram na reunião do vice-presidente com nove ministros, o governador do Amazonas, Wilson Lima, o prefeito de Manaus, David Almeida, e nove dos 11 parlamentares da bancada amazonense no Congresso Nacional.

“Sem dúvida, o início da dragagem do Tabocal vai ser importante para permitir a passagem de grandes navios e evitar que haja desemprego na Zona Franca de Manaus. Portanto, a obra vai evitar que a gente tenha mais dificuldades na atividade econômica”, disse Lima à saída da reunião.

Conforme o governador, outra ação importante é que esse trabalho de dragagem dos rios será permanente e que, inclusive, entrará no novo PAC (programa de aceleração do crescimento) federal.

“Logo, esse programa permanente de dragagem das hidrovias vai permitir principalmente, ali na região Norte, a passagem dessas grandes embarcações”.

Leia mais

Liberados R$ 233 milhões da saúde às vítimas da seca no AM

Dragagem do Solimões

Além dos R$ 100 milhões, Alckmin disse que já foram liberados R$ 38 milhões, pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), para a dragagem no alto rio Solimões, na região de Tabatinga e Benjamin Constant.

Desse modo, ele afirmou que o governo, por meio dos ministérios e instituições, tem previsão de aporte de R$ 647 milhões às vítimas da seca dos rios no Amazonas.

Auxílio aos pescadores

Contudo, nesse valor não está incluída a quantia prevista de R$ 168 milhões do seguro-defeso ou auxílio emergencial de dois salários mínimos (R$ 2.460) a ser pago a cerca de 68 mil pescadores do Amazonas.

Caso essa promessa de auxílio seja efetivada, o volume de recursos do governo federal deverá chegar ao montante de R$ 815 milhões.

Bolsa-Família

No entanto, esse valor poderá chegar à casa de R$ 1,25 bilhão por conta da antecipação de pagamento do Bolsa-Família aos beneficiários de 55 dos 61 municípios do Amazonas. São as cidades colocadas em emergência pelo Governo do Estado.

O pagamento do programa Bolsa-Família foi antecipado após pedido do governador. O adiantamento contempla 599 mil famílias de 55 municípios afetados pela estiagem, totalizando R$ 440,5 milhões.

Com a antecipação, o pagamento ocorre a partir desta quarta-feira (18), independentemente do número de identificação social (NIS) dos beneficiários.

“Hoje, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil) anunciou que está sendo antecipado o pagamento do Bolsa-Família para os 55 municípios onde o estado decretou a situação de emergência”, disse Lima.

Leia mais

Seca no Amazonas: terra desliza e atinge porto e orla de Manicoré

Fonte de recursos

Dessa forma, os recursos do governo federal a ajudar as vítimas da seca do Amazonas estão distribuídos da seguinte forma:

•           Ministério dos Transportes e Portos – R$ 138 milhões (dragagem dos rios);

•           Ministério da Saúde – R$ 233 milhões (medicamentos, equipamentos …);

•           Defesa Civil/Ministério da Infraestrutura – R$ 61,8 milhões (estado de emergência)

•           Ministério da Justiça – R$ 35 milhões (combate a queimadas, bombeiro);

•           Ministério da Defesa – R$ 20 milhões (aeronaves, helicópteros, brigadistas);

•           Fundo Amazônia – R$ 35 milhões (combate a queimadas);

•           Emendas parlamentares – R$ 100 milhões

•           Bolsa-Família – R$ 440,5 milhões

•           Auxílio a pescadores – R$ 168 milhões

Leia mais

Seca dos rios deixa ZFM sem insumos e fábricas podem parar

Questões permanentes

A reunião de Alckmin com o poder político do Amazonas não tratou apenas de ações e recursos emergenciais. Mas, também, de questões permanentes. Por exemplo, regularização fundiária, especialmente uma atuação do Incra.

Outra questão foi a manutenção permanente das hidrovias, visto que todo ano há seca e cheia no Amazonas. “Então, o governo vai atuar para ter um plano estratégico, um plano nacional hidroviário, com foco na região amazônica”, afirmou Alckmin.

BR-319

Por fim, a BR-319 (Amazonas-Rondônia).

De acordo com o vice-presidente, o Ministério dos Transportes já instalou grupo de trabalho para atuar rapidamente e chegar a uma definição possível. Segundo Alckmin, o estudo e a definição da BR-319 estão no PAC.

No entanto, a inclusão da rodovia não fez parte do novo PAC, lançado em agosto deste ano. Sendo o principal motivo o impedimento por parte da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

“Agora, é preciso que haja uma decisão política, que o governo federal decida se de fato quer pavimentar a BR-319 para que a gente possa encontrar um caminho e ela possa exercer a sua função, que é de garantir o direito que é básico do cidadão de ir e vir”, disse Lima, ao lado de Alckmin.

Veja o vídeo

Foto: BNC Amazonas