Plano golpista, forca para Lula, apoio a ‘patriotas’, tudo no celular de Torres
O celular do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, continha imagens com ameaças, pedidos de intervenção militar e informações falsas sobre as eleições, revelando seu apoio a agendas golpistas.

Diamantino Junior
Publicado em: 18/09/2023 às 18:13 | Atualizado em: 18/09/2023 às 18:47
O celular do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, revela um alinhamento mais profundo com agendas golpistas, de acordo com o site Metrópoles.
Imagens encontradas no dispositivo exibem pedidos de intervenção militar, convocações de apoiadores de Bolsonaro para quartéis e até uma ameaça de morte ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma das imagens mostra uma forca em uma rampa, sugerindo a morte de Lula com um texto que faz referência à rampa de Brasília e aos “corruptos comunistas” que supostamente fraudaram as eleições.
Outra imagem revela convocações para acampamentos em frente aos quartéis, com ênfase na “exigência para o cumprimento da intervenção federal”.
Anderson Torres também guardava cópias de textos dos clubes militares que atacavam o Supremo Tribunal Federal (STF) e uma falsa acusação de enriquecimento ilícito contra Alexandre de Moraes.
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Além disso, havia imagens com informações falsas sobre as eleições de 2022, incluindo alegações infundadas sobre urnas eletrônicas.
Torres já havia sido preso por omissão após os atos golpistas, mas posteriormente foi liberado sob condicionais.
Durante buscas em sua residência, foi encontrado um rascunho de um documento com teor golpista, refletindo o conteúdo das imagens encontradas em seu celular.
Devolução de salários
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres deverá devolver cerca de R$ 120 mil em salários enquanto esteve preso, conforme determinou a Polícia Federal (PF).
De acordo com O Globo, como delegado da PF ele recebe remuneração de aproximadamente R$ 30 mil mensais.
Torres ficou detido por 117 dias, no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar, no Guará, em Brasília.
Segundo a publicação, há suspeita de omissão nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro nos Três Poderes, no Distrito Federal.
Dessa forma, Torres responde a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na PF que investiga possíveis ilegalidades cometidos como servidor público.
Portanto, não há definição de como os valores serão restituídos à corporação ou a partir de quanto devem ser dos seus contracheques.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo