Magistrados e servidores fizeram pix para golpistas, apura CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investiga transferências financeiras relacionadas a atos golpistas e a conduta de um ex-desembargador que defendeu prisões de ministros do STF.

Diamantino Junior

Publicado em: 13/09/2023 às 12:02 | Atualizado em: 13/09/2023 às 12:02

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está investigando a conduta de juízes e funcionários do sistema judiciário brasileiro que, além de apoiar os eventos ocorridos em 8 de janeiro, realizaram transferências financeiras para financiar as atividades consideradas terroristas na capital.

De acordo com informações do CNJ, as evidências dessas transferências por meio do sistema de pagamentos pix já foram anexadas à investigação em andamento, que deve ser oficialmente aberta nos próximos dias.

A identidade dos responsáveis pelas transferências, bem como os detalhes das transações, estão mantidos em sigilo.

As provas são consideradas substanciais, e os envolvidos podem enfrentar acusações de financiamento de atividades antidemocráticas.

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A seriedade do assunto é enfatizada dentro do CNJ, uma vez que a responsabilidade de um magistrado é zelar pela lei e não apoiar ações contrárias à democracia e à Constituição.

Em outra frente de investigação, o CNJ também está analisando o discurso e as ações de um ex-desembargador que manifestou apoio a atos golpistas e chegou a defender a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Essas condutas ocorreram quando Sebastião Coelho da Silva ainda estava no cargo de desembargador, o que permite que o CNJ investigue sua conduta mesmo após sua aposentadoria.

O corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou a abertura de uma reclamação disciplinar contra Coelho e solicitou a quebra do sigilo bancário do ex-desembargador no período que abrange os meses de agosto de 2022 a janeiro de 2023.

Esse período inclui a campanha eleitoral, o surgimento de acampamentos em frente aos quartéis após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas e os eventos golpistas ocorridos em janeiro deste ano.

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Foto: Rômulo Serpa/Ag. CNJ