Michelle Bolsonaro e Wajngarten já pensam em falar das joias à PF

Essa mudança de abordagem visa esclarecer que eles não têm ligação com o escândalo das joias e, ao mesmo tempo, desvincular Michelle do caso.

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Diamantino Junior

Publicado em: 05/09/2023 às 15:30 | Atualizado em: 05/09/2023 às 15:30

Em meio ao caso das joias, a defesa do clã Bolsonaro está reavaliando sua estratégia em relação ao silêncio adotado por investigados durante seus depoimentos à Polícia Federal (PF) na semana passada.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o advogado e ex-secretário de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, agora estão considerando a possibilidade de se manifestar em uma nova rodada de interrogatórios.

Essa nova abordagem está sendo defendida por parte da equipe que representa o ex-presidente, com o argumento de que isso poderia ajudar a esclarecer que Michelle e Wajngarten não têm envolvimento com o escândalo das joias. Além disso, a estratégia busca desvincular Michelle do escândalo em questão.

Na quinta-feira passada, Jair Bolsonaro, Michelle, Wajngarten e o assessor Marcelo Câmara optaram por manter silêncio diante dos investigadores.

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A justificativa apresentada foi a de que o caso deveria ser tratado na Justiça Federal de Guarulhos (SP), e eles só se manifestariam se o inquérito fosse remetido a essa instância.

No entanto, os advogados do ex-presidente são conscientes de que as chances de o inquérito sair das mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, são praticamente nulas.

TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) segue investigando o caso da venda das joias sauditas que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O caso é relatado pelo ministro Augusto Nardes, tido como bolsonarista pelos próprios colegas, que o pressionam para que coloque logo a questão em votação no plenário.

A expectativa das fontes ouvidas pelo blog da Natuza Nery é que o tribunal peça de volta todos os presentes recebidos e ratifique a devolução dos que já foram entregues. Além disso, é provável que seja pedida a punição de servidores da Secretaria-Geral da Presidência da República que permitiram o que foi chamado de “falcatruas” por uma das fontes.

Outra fonte afirma que também deve ser discutido se há elementos suficientes para comprovar que Jair Bolsonaro teve responsabilidade direta no imbróglio das joias.

Até o momento, a defesa do ex-presidente tem insistido na tese de que, no máximo, houve no caso algum erro de natureza administrativa, argumento que ficaria muito prejudicada por uma decisão desfavorável no TCU.

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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil