Casal Bolsonaro fica mudo, Cid fala durante sete horas à PF

A expectativa ao ouvir todos ao mesmo tempo era evitar que os depoentes tivessem acesso antecipado às perguntas e que combinassem as respostas

Deputado diz que Bolsonaro 'deu uns tapas' na primeira dama

Ferreira Gabriel

Publicado em: 31/08/2023 às 17:56 | Atualizado em: 31/08/2023 às 17:56

O depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, já dura mais de sete horas nesta quinta-feira (31) na Polícia Federal.

O escândalo das joias sauditas levou o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle e integrantes do núcleo mais próximo da gestão Bolsonaro à Polícia Federal.

Segundo a apuração, a colaboração de Mauro Cid avançou depois dos interrogatórios desta quinta. Ele e o pai foram confrontados e questionados sobre informações extraídas dos celulares do próprio general e de Wassef. Além de outros indícios colhidos na investigação e apresentados — especialmente — ao ex-ajudante de ordens.

A PF tenta esclarecer o suposto esquema de desvio de joias luxuosas recebidas em viagens ao exterior — e que fazem parte do patrimônio da União. Ainda de acordo com a apuração, os depoimentos aconteceram em salas separadas e celulares foram proibidos.

Os investigadores já têm em mãos mais detalhes das negociações ilegais e agora se aprofundam nos destinatários do dinheiro obtido com a venda das joias.

Segundo as fontes, o inquérito reúne ainda mais informações e provas robustas sobre o envolvimento dos investigados nas negociações e sobre o caminho do dinheiro dentro e fora do Brasil. A investigação empareda o ex-presidente Bolsonaro, segundo as mesmas fontes.

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Casal Bolsonaro em silêncio

Entre as oito pessoas intimadas a depor à Polícia Federal sobre o caso das joias, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio.

A estratégia foi adotada pelo núcleo de advogados do casal.

Os investigadores apuram as circunstâncias de um esquema de venda ilegal de joias recebidas em viagens ao exterior. A expectativa ao ouvir todos ao mesmo tempo era evitar que os depoentes tivessem acesso antecipado às perguntas e que combinassem as respostas.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil