TCU também investiga Bolsonaro no caso das joias recebidas e vendidas

A expectativa é que o tribunal peça de volta todos os presentes recebidos e ratifique a devolução dos que já foram entregues

Jóias árabes: marcado interrogatório de Bolsonaro pela Polícia Federal

Ferreira Gabriel

Publicado em: 28/08/2023 às 19:38 | Atualizado em: 28/08/2023 às 19:40

O Tribunal de Contas da União (TCU) segue investigando o caso da venda das joias sauditas que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O caso é relatado pelo ministro Augusto Nardes, tido como bolsonarista pelos próprios colegas, que o pressionam para que coloque logo a questão em votação no plenário.

A expectativa das fontes ouvidas pelo blog da Natuza Nery é que o tribunal peça de volta todos os presentes recebidos e ratifique a devolução dos que já foram entregues. Além disso, é provável que seja pedida a punição de servidores da Secretaria-Geral da Presidência da República que permitiram o que foi chamado de “falcatruas” por uma das fontes.

Outra fonte afirma que também deve ser discutido se há elementos suficientes para comprovar que Jair Bolsonaro teve responsabilidade direta no imbróglio das joias.

Até o momento, a defesa do ex-presidente tem insistido na tese de que, no máximo, houve no caso algum erro de natureza administrativa, argumento que ficaria muito prejudicada por uma decisão desfavorável no TCU.

Investigação da PF

No início de março, o ministro Nardes concedeu uma medida cautelar que permitiu ao ex-presidente continuar como depositário dos presentes de luxo recebidos da Arábia Saudita.

Nesse mesmo período, segundo investigação da PF, pessoas ligadas ao ex-presidente – como o tenente-coronel Mauro Cid e os advogados Frederick Wassef e Fabio Wajngarten – articulavam ações para trazer de volta ao Brasil um kit de joias que havia sido vendido nos Estados Unidos.

Em troca de mensagens obtida pela Polícia Federal, dois suspeitos de envolvimento no esquema, o tenente-coronel Mauro Cid e o advogado Fabio Wajngarten, discutem sobre a provável cassação da decisão de Nardes.

“Parece que vão cassar a decisão de Augusto Nardi [sic]”, escreveu Cid. Em resposta, Wajngarten disse: “Vão mesmo. Por isso era muito melhor a gente se antecipar”.

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil