Advogado pula fora da defesa de Michelle Bolsonaro no caso das joias
Daniel Bialski abandona o caso alegando motivos pessoais. Discrepâncias quanto à estratégia de defesa, entre as equipes de Bolsonaro e Michelle, também emergem, envolvendo a unificação das estratégias e a possibilidade de implicações políticas.

Diamantino Junior
Publicado em: 22/08/2023 às 15:09 | Atualizado em: 22/08/2023 às 15:09
Daniel Bialski, advogado de Michelle Bolsonaro, anunciou sua saída da defesa da ex-primeira-dama no caso das joias sauditas nesta terça-feira (22/8). Bialski alegou “motivos de foro íntimo” para sua decisão. A saída ocorre em meio a divergências internas sobre a estratégia de defesa de Michelle e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Bialski explicou em comunicado enviado ao blog da Andréia Sadi que sua decisão foi tomada em “comum acordo com os interesses” de Michelle Bolsonaro.
Ele mencionou que os advogados que representam atualmente o ex-presidente Jair Bolsonaro assumirão a defesa da ex-primeira-dama no caso em questão.
As divergências entre as defesas de Bolsonaro e Michelle têm sido evidentes. Enquanto a defesa de Bolsonaro advoga pela unificação da estratégia de defesa, a equipe de Michelle tinha uma postura contrária. A estratégia da defesa da primeira-dama era repetir a abordagem adotada no caso dos cheques depositados em sua conta por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
A possível unificação das defesas tornou-se um ponto de contenda.
Alguns advogados argumentam que essa medida poderia expor Michelle, deixando-a vulnerável politicamente.
Diferentemente de Bolsonaro, Michelle está elegível e uma condenação no caso das joias sauditas poderia ter implicações políticas para ela.
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No entanto, o grupo mais próximo da defesa do ex-presidente defendia a unificação para sustentar uma narrativa coesa.
A questão central reside em como a dinâmica das joias sauditas pode ser enquadrada legalmente.
A defesa de Bolsonaro acredita que é possível argumentar que a ex-primeira-dama não foi afetada pela questão das joias enquanto mantém a narrativa de que Bolsonaro recebeu os presentes amparado por uma portaria de 2017, mesmo que posteriormente revogada por ele mesmo.
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Foto: PL/SP