Flutuantes do Tarumã atraem 2 mil pessoas no fim de semana, diz entidade

A retirada dos flutuantes por ordem da Justiça, para defesa do meio ambiente, é motivo de preocupação para o setor de transporte da região

Ferreira Gabriel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 16/08/2023 às 11:25 | Atualizado em: 16/08/2023 às 11:25

A Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial da Marina do Davi divulgou hoje (15) que cerca de 2 mil turistas e moradores de Manaus a cada final de semana usam as voadeiras (lancha regional rápida) para acessar os flutuantes do rio Tarumã e outros locais de lazer. Esses números são de junho a setembro.

Dessa forma, a retirada dos flutuantes por ordem da Justiça, para defesa do meio ambiente, processo que já foi iniciado pela Prefeitura de Manaus, é motivo de preocupação para o setor de transporte da região. Para os trabalhadores fluviais, isso pode acabar com o ganha-pão de quem sobrevive dessa atividade econômica.

“Os flutuantes movimentam a finança de todos: quem transporta, quem vende gelo, os postos de gasolina, que também geram impostos, até pra quem vende roupas de banho aqui na área da marina. É toda uma cadeia econômica que cresce através da atividade dos flutuantes turísticos”, disse Flávio Gonçalves, diretor da cooperativa.

A retirada dos estabelecimentos também preocupa a Associação dos Flutuantes do Rio Tarumã-Açu, que sai em defesa de uma solução que organize a atividade. Associados alegam que os flutuantes deram alternativa de lazer e turismo a Manaus, ajudando a movimentar a economia.

Dessa forma, para a entidade, é possível conciliar turismo, lazer e respeito ao meio ambiente. E assim, preservar o meio ambiente, mas dar acesso para que a população e turistas tenham acesso às belezas naturais da região.

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Conscientização e adaptação

Além disso, a associação afirmou que grande parte dos flutuantes do Tarumã cumpre todos os requisitos exigidos pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Alegam ainda que uma lei estadual, a 3.785/2012 autoriza o licenciamento para construção e funcionamento de atividades que empregam recursos ambientais, entre elas, os estabelecimentos chamados “restaurantes flutuantes”.

“Nós temos consciência de que o Tarumã é um patrimônio natural que devemos preservar para as futuras gerações. Por isso, trabalhamos para ordenar, conscientizar e adequar aqueles que precisam ser adequados, discutir uma regulamentação responsável ambiental, mas também socialmente. Hoje, os flutuantes são o lazer de muitas famílias e o sustento de muitos trabalhadores”, disse o presidente da associação, Nildo Affonso.

Como resultado dessa preocupação com o emprego de milhares de trabalhadores, ambas as entidades usam recentes números do IBGE.

Por exemplo, o de que Manaus está entre as cidades com o maior número de desempregados do país. E o Amazonas tem das três piores taxas de desemprego, com 10,5%, bem acima da média nacional (8,8%).

Em suma, defendem que acabar com os flutuantes do Tarumã vai acentuar essa taxa de desemprego.

Foto: Reprodução/ TV