Conteúdo jornalístico em redes sociais deve ser remunerado, prevê projeto

A proposta visa assegurar direitos de autores, jornalistas e artistas, regulamentar a publicidade on-line e responsabilizar empresas por disseminação de notícias falsas.

Diamantino Junior

Publicado em: 14/08/2023 às 11:21 | Atualizado em: 14/08/2023 às 11:22

O deputado Elmar Nascimento (União-BA) apresentou seu parecer sobre a regulamentação de remuneração de conteúdos digitais e mudanças para responsabilizar Big Techs por fake news

Em sua proposta, dois pontos relevantes são destacados:

Divisão de Proposta para Agilizar Tramitação

O parecer visa à regulamentação da remuneração de conteúdos jornalísticos e artísticos em plataformas digitais. Esta iniciativa é derivada de uma proposta maior que busca responsabilizar as grandes empresas de tecnologia pela disseminação de notícias falsas. Para agilizar a tramitação do texto, os pontos referentes à remuneração foram desmembrados em um projeto à parte.

Expectativa de Votação e Impacto das Mudanças

O projeto, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), tem previsão para votação nesta semana. Caso aprovadas, as alterações entrarão em vigor um ano após a publicação da lei. A proposta visa estabelecer regras claras para:

Remuneração de empresas jornalísticas por plataformas com mais de 2 milhões de usuários.

Regulação de publicidade em ambiente digital, inclusive durante períodos eleitorais.

Criação de capítulos específicos para regular pagamento por veiculação de obras audiovisuais e musicais.

O objetivo geral da proposta

A proposta almeja garantir que autores, artistas, jornalistas e produtores possam negociar remunerações justas com as plataformas digitais por suas criações.

Além disso, visa regulamentar a publicidade digital e assegurar a remuneração adequada pela produção de conteúdo jornalístico.

A legislação atual, embora preveja a remuneração de obras veiculadas digitalmente, não contempla adequadamente o cenário atual, deixando espaço para interpretações e remunerações insuficientes.

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Principais pontos da proposta

A proposta inclui a obrigação de plataformas com mais de 2 milhões de usuários remunerarem empresas jornalísticas por veiculação de conteúdo em texto, vídeo, áudio ou imagem. Critérios para pagamento incluem tempo de existência da empresa, produção regular e profissional de conteúdo jornalístico, e registro empresarial no Brasil.

O projeto também visa regular a publicidade em ambiente digital, exigindo que plataformas identifiquem anúncios e forneçam informações sobre os parâmetros usados para determinar o público-alvo. Grandes plataformas devem divulgar informações sobre propagandas veiculadas, incluindo responsáveis pelo pagamento e valores investidos.

A proposta atualiza a Lei dos Direitos Autorais, incluindo provedores de internet no escopo. Além disso, cria capítulos específicos para obras audiovisuais e musicais, estabelecendo critérios para remuneração de plataformas que exibem essas obras. Associações de gestão coletiva também têm papel na arrecadação e distribuição de direitos.

Impacto e próximos passos

A proposta busca nivelar o campo de atuação entre as grandes plataformas digitais e os criadores de conteúdo, assegurando remunerações justas e regulamentando a publicidade digital.

O parecer apresentado pelo deputado Elmar Nascimento é um passo significativo para a modernização das leis de direitos autorais e regulamentação do ambiente digital.

Sua votação e eventual aprovação podem ter impactos profundos no ecossistema digital e na proteção dos direitos dos criadores de conteúdo.

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Foto: pixabay