Grupo de trabalho da Funai enterra ainda mais potássio de Autazes 

Criação de reserva indígena mura cria nova dificuldade ao sonho de Autazes e do Amazonas de extrair o minério agrícola no Estado

GT da Funai enterra ainda mais o potássio de Autazes 

Neuton Correa, Neuton Corrêa do BNC Amazonas

Publicado em: 14/08/2023 às 06:02 | Atualizado em: 14/08/2023 às 15:01

O que era receio agora é fato. A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) criou um Grupo de Trabalho (GT) para regularizar terras reivindicadas por indígenas da etnia mura.

Leia abaixo a portaria em anexo.

As áreas chamam-se Lago do Soares e Urucurituba. Ela estão localizadas no Município de Autazes (AM).

O GT foi criado pela Portaria No 741, do dia 3 de agosto de 2023. O grupo terá 30 dias para fazer trabalho de campo e 180 dias para apresentar relatório.

Os estudos serão de natureza antropológica, etno-histórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental.

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Potássio

O avanço dos estudos sobre a criação das reservas indígenas mura, porém, pode ser considerado água gelada na corrida ao potássio de Autazes.

É que as áreas atingem a mina de potássio que é sonho de explosão de políticos de Autazes, do Estado e da Potássio do Brasil, subsidiária da canadense Brazil Potash Corp.

Mas o próprio Governo Federal há muito sonha com a extração do minério, que pode reduzir a dependência do agronegócio brasileiro de insumos externos.

Por exemplo, em março, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin defendeu em Manaus a exploração da reserva.

Por isso, Alckmin chegou até ser criticado porque o discurso dele destoa da retórica ambientalista do presidente Lula.

Em junho, o governador Wilson Lima (União) já tinha informação de bastidores sobre a criação da reserva. Assim, levou o assunto para discutir no encontro de governadores realizado em Cuiabá.

Agora, porém, o Governo Federal cria nova dificuldade a exploração do recurso, além da disputa jurídica que marca a história da corrida à mina.

Foto: J.Rosha/Cimi Norte I