Saraiva quer ‘luz’ nos R$ 2 bilhões para pesquisas na ZFM

Empresas beneficiadas pela Lei de Informática têm obrigações com investimento em PD&I

Mariane Veiga

Publicado em: 10/08/2023 às 11:10 | Atualizado em: 10/08/2023 às 12:51

O superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, disse nesta quarta (9), na Câmara Municipal, que é preciso acompanhamento e fiscalização sobre o investimento obrigatório em projetos de pesquisas, desenvolvimento e inovação (PD&I) pelas empresas beneficiadas pela Lei de Informática.

Conforme Saraiva, a estimativa desse investimento para este ano é de R$ 2 bilhões.

“Viemos pedir vinte minutos de atenção dos estimados vereadores para falar de uma contrapartida aos incentivos fiscais que empresas têm a obrigação de investir em projetos de PD&I na região”.

Ele afirmou que tem buscado espaço para divulgar detalhes da lei (8.387/1991) para dar transparência.

“Queremos botar luz na aplicação desses recursos, dizer quem são os institutos, o que já foi produzido, o que está sendo pesquisado. Enfim, queremos avançar na transparência e pedir participação dos vereadores na fiscalização da aplicação desses recursos”.

 De acordo com o superintendente, o tema se torna prioritário pois atua diretamente na demanda por diversificação das matrizes econômicas.

Além disso, Saraiva considera que impacta socioeconomicamente no longo prazo da região.

“Notem que os indicadores da Suframa geralmente apresentam aumentos de faturamento e produção, mas não ultrapassa o teto de 110 mil empregos diretos. Isso é resultado da automação”.

Ex-trabalhador do distrito industrial da ZFM, Saraiva contou experiência própria nessa questão.

“Em junho, visitei uma fábrica em que trabalhei juntamente com 92 pessoas. A mesma linha tem agora seis pessoas, com várias funções extintas. Com a inteligência artificial, talvez dos seis só fique um para verificar se a máquina está ligada”.

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Importância das pesquisas

Dessa forma, o superintendente alertou sobre a importância das pesquisas, que podem utilizar a biodiversidade amazônica para criar agroindústrias e absorver mão de obra.

“Recentemente, o CBA [Centro de Bionegócios da Amazônia] ganhou vida própria e poderá também acessar esses recursos. Para fixar o quanto isso poderá impactar nossa região, basta lembrar o que poderia ter sido evitado se há 120 anos tivéssemos um CBA. Teríamos podido implantar técnicas e competir com a Malásia na produção da borracha. Não tínhamos e por conta disso passamos de 1920 até 1970 na miséria”, disse aos vereadores.

Foto: Mauro Pereira/Câmara de Manaus