Militares pressionam Mauro Cid a jogar Bolsonaro n’água

A família também apoia a delação para amenizar a crise no Exército. Mauro Cid, ex-auxiliar de Jair Bolsonaro, conta com o auxílio do advogado Bernardo Fenelon, especialista em delações premiadas.

Exército afasta Mauro Cid, o ex-ajudante de Bolsonaro

Diamantino Junior

Publicado em: 08/08/2023 às 15:46 | Atualizado em: 08/08/2023 às 15:46

Militares próximos ao tenente-coronel do Exército Mauro Cid estão intensificando a pressão sobre ele para considerar a possibilidade de fazer uma delação premiada.

O incentivo para essa ação ocorre em função da recente revelação de que o ex-assessor de Jair Bolsonaro tentou comercializar um relógio Rolex, presente dado pelo ex-presidente durante uma viagem oficial à Arábia Saudita.

Essa informação foi obtida a partir de e-mails divulgados pela CPI dos Atos Golpistas.

O propósito por trás dessa delação é que Cid explique como seria distribuído o dinheiro proveniente da venda do relógio de luxo.

Comparado a um “Dirceu da direita” por assessores de Bolsonaro, em alusão a José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil no governo de Lula que nunca cooperou com a Justiça, Mauro Cid agora enfrenta avanços nas investigações.

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Essa situação levou sua família, incluindo seu pai, o general da reserva Mauro Cid, a sugerir que ele considere uma delação como uma forma de obter benefícios legais e mitigar a crise que essas revelações causaram no Exército.

No mês de maio, seguindo o conselho dos familiares, Cid começou a ser representado pelo advogado Bernardo Fenelon, um especialista em delações premiadas que possui vasta experiência no assunto, com mais de dez casos bem-sucedidos, incluindo a de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, que também foi uma das colaboradoras chave na Operação Lava Jato.

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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado