Ministros ‘bolsonaristas’ do STF estão unidos na derrota
A discordância conjunta ante os outros ministros fica ainda mais evidente em temas caros ao bolsonarismo

Ferreira Gabriel
Publicado em: 30/07/2023 às 15:57 | Atualizado em: 30/07/2023 às 15:57
Quando tomar posse no Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira, Cristiano Zanin vai se juntar a uma Corte que pouco diverge em decisões colegiadas, mas que, quando o faz, apresenta divisões e alianças bem delimitadas.
O grupo formado por Edson Fachin, Nunes Marques, André Mendonça e Gilmar Mendes discorda, em média, quase três vezes mais da visão majoritária do STF que os demais magistrados.
Outro comportamento recorrente é a dobradinha Marques-Mendonça, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A discordância conjunta ante os outros ministros fica ainda mais evidente em temas caros ao bolsonarismo.
É o que mostra um levantamento feito pelo O Globo com base na análise de mais de 7,6 mil decisões finais, liminares e de recursos tomadas no primeiro semestre de 2023, tanto no plenário quanto nas turmas. Foram localizadas 511 decisões sacramentadas com alguma discordância entre os ministros — ou seja, casos em que prevaleceu o entendimento da maioria. Foram desconsiderados na análise os inquéritos dos atos antidemocráticos, que, pelo alto número de réus, poderiam distorcer as estatísticas.
Os dados apontam que nenhum ministro teve tanta sintonia com outro ao divergir quanto Nunes Marques e André Mendonça. Foram 59 episódios no semestre. A lista inclui, por exemplo, seus votos contra a decisão do plenário que derrubou o decreto de indulto concedido por Bolsonaro ao ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB).
Leia mais na matéria de Marlen Couto em O Globo
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Foto: Antonio Augusto/STF