Amazonas reduz desmatamento em mais da metade em 6 meses

Desmatamento na Amazônia registra queda de 33,6% no 1º semestre de 2023, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. Estado do Mato Grosso apresenta aumento preocupante no desmate. Especialistas pedem revisão e ampliação do zoneamento ecológico-econômico.

Diamantino Junior

Publicado em: 06/07/2023 às 17:03 | Atualizado em: 07/07/2023 às 09:51

Amazonas teve uma queda significativa de 55,2% no desmatamento durante o primeiro semestre de 2023, segundo os dados coletados pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e divulgados nesta quinta-feira (06/7) pelo Ministério do Meio Ambiente.

Os números também revelam que o total de áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia registrou uma redução de 33,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

No entanto, o estado do Mato Grosso foi o que apresentou o maior aumento de desmate no período, totalizando 905 km².

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Paulo Capobianco, destacou a atuação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como um fator que contribuiu para a redução do desmatamento no Amazonas. Segundo ele, a região estava enfrentando grandes desafios em relação ao desmatamento, mas a concentração de ações do Ibama ajudou a reverter essa tendência.

Capobianco ressaltou ainda a importância de revisar e ampliar o zoneamento ecológico-econômico do Amazonas, especialmente no sul do estado, onde há uma pressão crescente sobre os agricultores e pecuaristas para atender às questões ambientais.

Na análise mensal, o mês de junho apresentou uma queda de 41% no desmatamento em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Cerrado

No Cerrado, por outro lado, as áreas sob alerta de desmatamento no bioma tiveram um aumento de 21% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A Bahia lidera o ranking de municípios com maior número de alertas, seguida por Tocantins, Maranhão e Piauí.

Especialistas em conservação expressaram preocupação com os dados do desmatamento, enfatizando a necessidade de mudar a postura em relação ao Cerrado e destacando a importância do bioma para a disponibilidade de água à população.

Enquanto o sistema Deter é utilizado para alertar sobre áreas onde o desmatamento está ocorrendo, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais de desmatamento.

O relatório mais recente do Prodes revelou uma queda de 11% na área desmatada na Amazônia entre agosto de 2021 e julho de 2022, em comparação com o período anterior.

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No entanto, o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos do governo do presidente Jair Bolsonaro, representando a maior alta percentual em um mandato presidencial desde 1988, quando as medições por satélite começaram a ser realizadas.

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