Discord, um poço de estupro, chantagem e mutilação de adolescentes
A reportagem expõe casos de tortura, automutilação e estupro, revelando um grupo de jovens insensíveis à dor e ao sofrimento alheio.

Diamantino Junior
Publicado em: 26/06/2023 às 11:06 | Atualizado em: 26/06/2023 às 11:08
No último episódio do programa Fantástico, no domingo (25/6), foi exposta uma rede de criminosos que atua no aplicativo Discord, envolvendo quatro pessoas presas e acusadas de cometer crimes de violência contra meninas menores de idade. Além de ameaças on-line, os abusadores atraíam as vítimas para locais onde eram submetidas a humilhações e agressões.
De acordo com a reportagem, esses criminosos faziam parte de um grupo de jovens insensíveis à dor própria e, principalmente, à dor dos outros. O delegado Fábio Pinheiro Lopes descreveu-os como sádicos, misóginos e com um profundo desprezo pelas mulheres.
Os envolvidos identificados são:
Izaquiel Tomé dos Santos, conhecido como “Dexter”, de 20 anos
Ele foi preso e identificado como o torturador que tratava uma adolescente como escrava sexual, conforme evidenciado em um vídeo da investigação.
Além disso, outras cinco vítimas foram encontradas. Entre as denúncias estão fotos de meninas nuas, mutiladas com cortes formando a palavra “Dexter” na pele.
Izaquiel admitiu à Polícia Federal (PF) que chantageava as garotas para que elas se automutilassem.
Carlos Eduardo Custódio, conhecido como “DPE”, de 21 anos: Ele é acusado de aliciar adolescentes que fugiram de casa para ficarem em uma residência em São Paulo. Uma das vítimas é uma jovem de 13 anos de Joinville, Santa Catarina. Carlos Eduardo foi flagrado agredindo fisicamente uma adolescente em uma transmissão ao vivo. Atualmente, ele está foragido.
Victor Hugo Souza Rocha, conhecido como “Verdadeiro Vitor”, de 21 anos
Na reportagem, Vitor Hugo mostra um arquivo chamado “backup das vagabundas estupráveis”, contendo pastas com nomes de várias vítimas.
São dezenas de meninas violadas, chantageadas, expostas e catalogadas. Ele foi preso e teve um disco rígido apreendido. Além disso, prestou depoimento à Polícia Civil de São Paulo.
Gabriel Barreto Vilares, conhecido como “Law”, e William Maza dos Santos, conhecido como “Joust”
Gabriel é acusado de participar do estupro de uma garota de Joinville. Ambos foram presos na última sexta-feira.
A reportagem tentou entrar em contato com os advogados e as famílias dos acusados, mas eles não quiseram comentar o assunto.
Além da responsabilização individual dos agressores, o Ministério Público de São Paulo está investigando o Discord como plataforma, devido à falta de segurança.
O promotor de Justiça de São Paulo, Danilo Orlando, destaca que há um discurso estruturado de ódio na plataforma, que facilita o planejamento de ataques contra as vítimas e a disseminação do conteúdo criminoso.
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O porta-voz do Discord, em entrevista ao Fantástico, afirmou que a plataforma não tolera comportamento odioso e que trabalham ativamente para remover esse tipo de conteúdo, enfatizando que a maioria das interações de usuários brasileiros no Discord são positivas e saudáveis.
O Discord se compromete a investigar e remover agentes mal-intencionados da plataforma, especialmente aqueles que ameaçam crianças.
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