Amazônia: internet de Bolsonaro e Musk chegou só a garimpeiros

Os mesmos kits de internet da Starlink, que o dono Elon Musk e Jair Bolsonaro (PL) prometeram para a Amazônia, chegaram à região. Mas, não às escolas. A tecnologia era usada por garimpeiros na invasão às terras ianomâmis, nos estados do Amazonas e Roraima.

Em maio de 2022, Bolsonaro gastou R$ 90 mil do cartão corporativo da Presidência para ir ao encontro do bilionário Musk. Juntos, anunciaram um projeto para levar internet a escolas na zona rural do país e para monitorar a Amazônia. Como é sabido, nada disso aconteceu.

Agora, contudo, operação federal, do Ibama e Polícia Rodoviária, encontrou a internet de Musk no meio da selva amazônica, com os garimpeiros que estavam levando os ianomâmis ao genocídio, com incentivo de Bolsonaro.

Conforme a Folha de S.Paulo, onze kits foram apreendidos de fevereiro a maio nos garimpos das terras indígenas. 

Sem contar outros equipamentos, aeronaves, armas e materiais diversos.

Leia mais

Amazônia: internet da parceria com Musk vai a 100% das escolas, diz Faria

Internet de Bolsonaro e Musk chega a garimpos, mas não a escolas

Relembre as promessas

O presidente da República, Jair Bolsonaro, se encontrou hoje (20) com o empresário Elon Musk, dono da Tesla e da Starlink, no interior de São Paulo. No encontro, eles conversaram sobre uma parceria do governo brasileiro com a empresa de conectividade sub-orbital Starlink.

De acordo com Musk, a razão da visita é viabilizar a conexão de 19 mil escolas brasileiras usando o sistema de satélites de internet. Além disso, a Starlink também auxiliará no monitoramento ambiental da Amazônia.

O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, que também participou do encontro, disse que o satélite da Starlink poderá contribuir com a preservação da floresta monitorando os desmatamentos.

“Os satélites dele ficam a 550 quilômetros da Terra. O satélite pode nos informar que estava ali tendo uma serra elétrica e o governo irá conferir se é um lugar onde esta tendo desmatamento legal ou ilegal”, disse o ministro em entrevista coletiva.

Bolsonaro confirmou, portanto, que os satélites de Musk poderão auxiliar o governo federal na identificação das queimadas. “Essa participação vai nos ajudar a preservá-la [a Amazônia]”, disse.

O presidente afirmou ainda que colocou à disposição de Elon Musk a base de Alcântara para ser usada pela SpaceX, empresa aeroespacial também controlada pelo bilionário. “A base de lançamento de Alcântara está disponível, como conversado entre ele e o comandante da Força Aérea”, afirmou Bolsonaro.

Além do monitoramento da Amazônia, Musk também propõe oferecer internet de banda larga no país em áreas rurais ou de difícil acesso. “E o sonho dele é ajudar na educação conectando as escolas em áreas rurais”, disse o ministro Fábio Faria.

Esta foi, portanto, a segunda reunião entre Fábio Faria e Elon Musk. Anteriormente, eles já haviam conversado sobre esse tema em um encontro nos Estados Unidos.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Clauber Cléber Caetano/Presidência da República (arquivo)