Defesa de Bolsonaro nega participação dele em ‘roteiro de golpe’

Investigação em andamento busca esclarecer fatos e conteúdo das mensagens.

Diamantino Junior

Publicado em: 16/06/2023 às 16:55 | Atualizado em: 16/06/2023 às 16:56

Após a Polícia Federal (PF) encontrar no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, um suposto “roteiro de golpe” que envolvia o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a nomeação de um interventor, a defesa do ex-presidente emitiu uma nota afirmando que ele nunca participou de qualquer conversa relacionada a um golpe de Estado.

A informação é da CNN Brasil.

A nota da defesa, divulgada para a imprensa, afirma que os novos diálogos revelados pela revista Veja comprovam a inocência de Bolsonaro.

Segundo a defesa, o ajudante de ordens, devido à função exercida, recebia diversas demandas e recados que deveriam chegar ao presidente, tornando seu celular uma simples caixa de correspondência que registrava várias lamentações.

No celular de Mauro Cid, teria sido encontrado um suposto “roteiro de golpe” que previa o afastamento de ministros do STF, como Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, e a nomeação de um interventor para restabelecer a “ordem constitucional”.

Mensagens do coronel Jean Lawand também foram identificadas, sugerindo a realização do golpe e pedindo a Cid que convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar após a derrota nas eleições para Luiz Inácio Lula da Silva.

Recentemente, foi divulgado que a PF encontrou uma suposta minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e textos de apoio a um eventual golpe de Estado no celular de Cid.

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A GLO é uma operação militar que pode ser convocada pelo presidente nos casos em que as forças tradicionais de segurança pública não conseguem lidar com perturbações graves da ordem.

A defesa de Bolsonaro reitera sua posição de que ele não teve envolvimento em planos golpistas, enquanto as investigações continuam para esclarecer os fatos relacionados ao caso.

Veja a nota da defesa enviada para a imprensa:

“Os novos diálogos revelados pela revista Veja comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado.

Registramos, ainda, que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas – pedidos de agendamento, recados etc – que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações.” 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil