Marco temporal no STF: pedido de vista leva questão para futuro incerto

Fontes do STF consideram provável que ao menos mais dois votos sejam proferidos, ainda que haja pedido de vista

Ferreira Gabriel

Publicado em: 07/06/2023 às 11:31 | Atualizado em: 07/06/2023 às 11:33

Depois de incontáveis sessões para discutir o marco temporal para demarcações de terras indígenas, o STF (Supremo Tribunal Federal) parte hoje para nova tentativa de encerrar o tema.

No entanto, a expectativa entre ministros da Corte consultados reservadamente pela coluna é de novo pedido de vista, o que adiaria para um futuro incerto o fim do caso.

Fontes do STF consideram provável que ao menos mais dois votos sejam proferidos, ainda que haja pedido de vista. Hoje, o placar no tribunal está em 1 a 1.

O relator, Edson Fachin, votou contra o marco temporal — portanto, favorável à causa indígena. Kassio Nunes Marques se alinhou do outro lado. Alexandre de Moraes pediu vista e deve votar hoje.

Depois do voto de Moraes, se houver novo pedido de vista, Rosa Weber deve pedir para antecipar o voto. Ela se aposenta até o início de outubro e, se não aproveitar essa chance de votar, vai deixar esse direito para seu substituto na cadeira.

Além do voto de Fachin, outros três ministros tendem a fortalecer a causa indígena: Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Carmen Lúcia.

Gilmar Mendes deve se alinhar no time de Nunes Marques. Os outros votos estão em uma zona cinzenta, o que deixa o placar arriscado tanto para um lado, quanto para o outro. De todo modo, não há previsão de quando todos os onze votos do STF serão proferidos.

No STF, o processo se arrasta desde 2016. Na semana passada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que engessa a demarcação de terras indígenas e jogou a discussão para o Senado.

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