CPI: general Heleno diz que golpe de Bolsonaro é ‘narrativa fantasiosa’

Contestando uso do termo golpe, ex-chefe do GSI disse que Exército não tinha obrigação de reconhecer resultado das urnas

Mariane Veiga

Publicado em: 01/06/2023 às 18:23 | Atualizado em: 01/06/2023 às 19:38

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chamou de “narrativas fantasiosas” as acusações sobre a tentativa de golpe por parte de integrantes e apoiadores do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Heleno participou de oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, nesta quinta-feira (1º).

A investigação sobre a tentativa de golpe, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), questionou o ex-ministro, que respondeu:

“O tratamento que estão dando para a palavra ‘golpe’ não é adequado. Golpe precisa ter líderes, líder principal, não é uma atitude simples, ainda mais em um país como o Brasil. Esse termo golpe está sendo empregado com extrema vulgaridade. Não é uma coisa simples de se avaliar que uma manifestação, uma demonstração de insatisfação possa se caracterizar um golpe”.

Heleno afirmou ainda que “jamais participou” de reuniões sobre possíveis ações contra a derrota de Bolsonaro para Lula da Silva (PT).

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Exército

Perguntado sobre os motivos que levaram o Exército a não dar declarações públicas reconhecendo a vitória democrática do petista, ele disse que tal medida não era necessária.

“O papel do Exército está nítido na história do Brasil. Sempre se pautou pela legalidade, democracia, esses princípios. Não tinha razão para ser dito. Eu, como ministro, não podia passar por cima do presidente e declarar algo que era competência dele”, declarou.

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Foto: Carolina Antunes/Presidência da República