Bosco Saraiva quer ser superintendente da integração regional

Primeiro ato do novo superintendente da Suframa será visitar Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, que não se sentem parte da ZFM

Bosco Saraiva Suframa

Florêncio Mesquista, especial para o BNC Amazonas

Publicado em: 26/04/2023 às 04:28 | Atualizado em: 26/04/2023 às 21:19

Nomeado nesta terça-feira, 25, o novo superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, deixou claro que pretende marcar sua passagem pela chefia do órgão como gestor focado na integração da região.

Em entrevista ao BNC Amazonas, ele disse como pretende executar este trabalho, que classificou como prioridade em sua gestão.

Nesse sentido, a primeira medida que tomou foi elaborar um calendário de visita aos estados de abrangência da autarquia.

“Pessoalmente, eu vou a Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. Esse vai ser meu primeiro movimento. Meu objetivo é integrar, de verdade, o alcance da Suframa na Região Norte”, disse.

Outra medida anunciada por ele é a integração com os agentes financeiros do governo federal que subsidiaram os projetos da ZFM e que também têm em sua missão a integração e o desenvolvimento regional.

“Nós vamos buscar reunião com a Sudam e o Basa, em Belém, para formamos uma trinca de desenvolvimento regional”, acrescentou.

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Resposta

Mais do que uma questão administrativa, o foco de Saraiva pode ser visto também como uma resposta do Amazonas às críticas que a ZFM recebe de políticos de estados da área de abrangência da Suframa.

A última dessas críticas foi feita publicamente pelo governador do Amapá, Clécio Luís, no dia 24 de março.

Foi durante a última reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

“O polo iindustrial é em Manaus. Tudo certo, mas os demais estados, os demais municípios que fazem parte da Suframa, precisam se sentir parte”, comentou, acrescentando:

“Nós precisamos sentir os benefícios da ZFM, dos fundos da Suframa, em Macapá, em Boa Vista, no Acre. Enfim, aonde há o alcance da Suframa. O fundo da Suframa, contingenciado há dez anos, mais de R$ 3 bilhões, para o Brasil pode ser pouco, mas para nós, da Amazônia, poderia financiar investimentos em P&D, em infraestrutura, até mesmo para movimentar as zonas francas verdes concedidas a Macapá, Boa Vista e outros municípios”, afirmou.

Além disso, o governador finalizou, na ocasião, mostrando que a ZFM dependente do apoio políticos de outros estados.

“Precisamos ver esses benefícios, em que pese o polo industrial ser aqui, aprovamos, mas os benefícios precisam ser regionalizados. E saiba, governador Wilson Lima, qualquer ameaça à ZFM, sempre teve e sempre terá todo o apoio das bancadas do Amapá e de todos os estados que compõem o alcance da Suframa”.

Interiorização

A segunda prioridade de Saraiva, depois da integração regional, é a interiorização das ações da Suframa para chegar ao micro e pequeno empresário que atualmente não usufrui dos serviços da autarquia.

Administração

Saraiva também disse que sua gestão terá foco na modernização da Suframa. Sobretudo, acrescentou, valorização dos servidores da autarquia.

“Não podemos ficar mais atrasados. A modernização da Suframa passa pelo restabelecimento da importância dos servidores desta casa. A importância dos servidores da Suframa para o Amazonas e para a Amazônia é incomensurável”.

“Eu lutarei com todas as minhas forças junto a nossa bancada, junto ao ministro e ao presidente da República para que a gente possa restabelecer o mais rápido possível a força dos trabalhadores da Suframa”, afirmou.

Vigilância

Questionado sobre como será a relação o governo federal para defender os interesses da Amazônia, frente à constante insatisfação de outras regiões com os incentivos fiscais do polo industrial de Manaus, o superintendente brincou, e respondeu:

“Essa luta é antiga. Deus é brasileiro e amazonense. Ela vai estar do nosso lado”.

Assim, ele também falou reforma tributária e a necessidade de impedir possíveis impactos nocivos à ZFM.

“A bancada do Amazonas sempre se configurou como uma bancada muito forte, lutadora e muito brava, Nos últimos quatro anos das atribulações que passamos, conseguimos vencer preservando a Suframa e o oxigênio financeiro e econômico da nossa região, que são os incentivos fiscais”.

Afirmou ainda:

“Vamos aguardar o texto chegar. Temos nossos membros participando da comissão que vai elaborar o texto. Os membros da comissão já estiveram aqui para externar o compromisso com o Amazonas e com o Brasil. Seguramente, vamos atravessar essa etapa com tranquilidade. Não será sem luta. Não será sem debate e, muito menos, sem a necessidade do esclarecimento aos setores da sociedade amazonense”, completou.

Foto: Isaac Jr./Suframa