100 dias: Lula pacifica país e enfrenta discurso de ódio, diz Gleisi
Em entrevista em Manaus, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, falou da violência nas escolas e da inelegibilidade de Bolsonaro.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 14/04/2023 às 15:01 | Atualizado em: 14/04/2023 às 15:01
Há exatos 104 dias de seu terceiro governo, o presidente Lula da Silva (PT) já conseguiu realizar três grandes feitos ausentes nos últimos quatro anos: unificar a atuação das instituições em defesa da democracia, fazer o enfrentamento do discurso de ódio e intensificara pacificação do país.
Quem fez essas afirmações foi a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A deputada federal pelo Paraná está em Manaus para uma agenda da Secretaria de Mulheres petistas e com o diretório estadual da legenda.
Uma das coisas mais importantes, feitas nesses 100 dias de governo, foi unificar a atuação das instituições na defesa da democracia. O presidente Lula foi eleito, tomou posse e logo no dia 8 de janeiro tivemos uma tentativa de golpe no país, aquele quebra-quebra em Brasília, no Palácio do Planalto, Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, declarou presidente do PT.
Na entrevista exclusiva ao programa “Manha de Notícias, concedida aos jornalistas Ronaldo Tiradentes e Neuton Corrêa, do BNC Amazonas, Hoffmann disse ainda que a vontade dos eleitores de Bolsonaro, a oposição, tinham vontade de que o presidente não continuasse, mas a postura do presidente do presidente Lula foi enfrentar com firmeza a situação, de conduzir a questão das forças armadas e aglutinar em torno da institucionalidade brasileira.
[Nesse pouco tempo], os juízes, o Parlamento, os governadores deram ao Brasil uma instabilidade, com o seguinte recado: olha, nós vamos lutar pela democracia, nós vamos lutar pelo fortalecimento das instituições para que a gente tenha calma no país. E ter estabilidade. Eu acho que isso foi muito importante, ressaltou a dirigente partidária.
Primeiras ações
Dessa forma, a presidente do PT citou as principais ações do governo Lula, nesses 104 dias de gestão, retomando todos os programas básicos que tinham sido criados nos governos petistas anteriores e foram desmontados por Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Entre eles estão o Bolsa Família, Mais Médicos e Minha casa, minha vida. Além disso, o reajuste da merenda escolar, começar de novo reajuste da tabela do imposto de renda, aumentar o nível de isenção, o salário mínimo que vai subi agora no dia 1 de maio, em valor real.
Violência nas escolas
Ao mencionar um dos feitos de Lula, nos 104 dias, o enfrentamento ao discurso de ódio, a presidente nacional do PT citou a violência nas escolas, os ataques, mortes e vítimas em estados brasileiros.
Nós estamos colhendo o fruto muito ruim desse enfrentamento. Essa violência que a gente está vendo nas escolas, agora, recentemente em Santa Catarina, na creche, mataram crianças, outras ações de escolas têm a ver com isso. Tem a ver com fazer arminhas, pôr criança para fazer arminha, liberar os clubes de tiros e de caças. Ontem, eu recebi várias fotos de crianças dentro de clube de caça treinando armas. Para que é isso? Isso está errado, não pode ser assim, disse a parlamentar.
Ao ser informada de ataques em escolas de Manaus, Hoffmann disse que não tinha conhecimento do fato, mas questionou a lógica desses acontecimentos e culpou o incentivo à violência [por parte do governo Bolsonaro].
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Inelegibilidade de Bolsonaro
Na entrevista, a presidente do PT foi abordada sobre o parecer do Ministério Público Federal acerca da inelegibilidade de Bolsonaro. Ela respondeu:
Eu achei um alívio esse parecer do Ministério Público, que tem muita força em julgamento, porque é a entidade que analisa o processo. Penso que esse processo da inelegibilidade vai caminhar, porque o que a gente conhece desses processos, já que fomos nós que os apresentamos, de fake news, de atentado, desvio de conduta, eu não tenho dúvidas que pode dar na inelegibilidade; um alívio ter esse parecer.
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Estratégias de poder
Por fim, a dirigente petista foi clara em dizer que o partido, assim como os aliados (PCdoB, PV, PSB, PDT, Rede, Psol e outras legendas) pretendem ir além dos quatro anos desse mandato do presidente Lula.
Segundo ele, a estratégia política, para os próximos anos e seguintes, é ter maior participação nas eleições de 2024 e 2026.
Mesmo estando no início do governo, nosso projeto nacional vai além dos quatro anos e para isso temos que implementar os programas de inclusão, fortalecer nossas bases, eleger no ano que vem o maior número de prefeitos e vereadores para voltarmos a ter um país sem fome, sem pobreza e muito mais políticas sociais, ressaltou Gleisi Hoffman.
Foto: BNC Amazonas