Sul do Amazonas: Ibama segue operação contra gado em áreas embargadas
Ministro explicou que a fiscalização priorizou áreas embargadas onde não pode haver produção

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 12/04/2023 às 23:45 | Atualizado em: 13/04/2023 às 00:44
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, disse que o órgão será duro no cumprimento da lei e vai continuar a operação para a retirada do gado em áreas embargadas no sul do Amazonas.
Em reunião nesta quarta-feira (12) com deputados e senadores do Amazonas, Acre e Rondônia, Agostinho disse que vai deferir pedido de mais prazo para retirada dos animais, mas as operações vão continuar.
A reunião foi conduzida pelo ministro interino do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco.
“A gente sabe que a região ainda está sofrendo bastante com as chuvas. Quem tem boi ou outra atividade em área embargada precisa entender que é importante respeitar as áreas. Nós vamos deferir o aumento de prazos que forem solicitados, mas é aquela situação: nós precisamos cumprir a lei”, disse.
O presidente do Ibama foi taxativo: “Aqueles que precisarem de mais prazo podem solicitar ao Ibama, mas isso não quer dizer que a gente vai ser condescendente. Num determinado momento esse boi terá que sair das áreas embargadas”.
O ministro interino explicou aos parlamentares que a fiscalização priorizou as áreas embargadas onde não pode haver produção.
“Mas, estamos analisando como operar de forma mais adequada possível. Há um entendimento de todos que é necessário controlar o desmatamento, todos os deputados e senadores presentes reafirmaram o compromisso a nos apoiar na redução do desmatamento”, disse Capobianco.
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Bancada
O coordenador da bancada do Amazonas no Congresso, senador Omar Aziz (PSD), deixou a reunião dizendo que enquanto não houver regularização fundiária não tem como cobrar e controlar a situação.
Para ele, o problema poderia ter sido resolvido antes com programas como Terra Legal, o que facilitaria hoje saber quais são os verdadeiros donos da terra.
“A gente saberia quem são os proprietários e de quem cobrar. O que acontece é que foram feitos assentamentos nas décadas de 70 e 80 e as propriedades foram repassadas para terceiros”.
Da bancada local, além de Aziz, participaram o senador Plínio Valério (PSDB) e os deputados Sidney Leite (PSD), Capitão Alberto Neto (PL) e Silas Câmara (Republicanos).
Foto: divulgação