Demitido por Bolsonaro em 2019, Ricardo Galvão deve assumir o CNPq

Cientista será o responsável pela principal agência financiadora de pesquisa científica ligada ao governo federal

Mariane Veiga

Publicado em: 14/01/2023 às 17:47 | Atualizado em: 14/01/2023 às 18:40

O governo Lula da Silva (PT) deverá anunciar nos próximos dias o físico Ricardo Galvão como presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Cientista de renome internacional que dirigiu o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Galvão foi demitido por Jair Bolsonaro (PL) em 2019, nos primeiros meses do governo, por divulgar dados públicos, sobre o desmatamento da Amazônia.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a informação ainda não foi confirmada oficialmente.

Mas pessoas próximas do pesquisador disseram que a decisão já foi tomada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Galvão disputou vaga na Câmara pela Rede, mas não foi eleito.

Seu nome chegou a ser cogitado para ocupar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ainda antes do segundo turno.

Dessa forma, confirmada a vitória de Lula, o cientista fez parte do grupo de transição do novo governo.

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Reconhecimento

Em meio a embates com Bolsonaro e seu então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que lhe custou o emprego no Inpe, Galvão foi homenageado internacionalmente.

Para o governo negacionista, o cientista estaria “a serviço de alguma ONG” e divulgava “dados mentirosos” sobre o desmatamento da Amazônia.

Por outro lado, aos olhos da ciência mundial, o trabalho de Galvão o colocava entre os mais importantes do mundo.

Tanto que, no fim daquele ano, ele foi eleito pela revista científica Nature um dos 10 pesquisadores que mais contribuíram para a ciência naquele ano.

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Foto: Divulgação