A minha utopia é de um Brasil melhor

Leia o artigo do sociólogo Aldenor Ferreira | O autor diz: "Com Lula na presidência, [...] viveremos a utopia de um Brasil melhor".

Ednilson Maciel, Aldenor Ferreira*

Publicado em: 07/01/2023 às 00:01 | Atualizado em: 07/01/2023 às 09:36

Iniciamos o ano de 2023 visualizando e já vivenciando a utopia de um Brasil melhor, mais justo, solidário, próspero, inclusivo e democrático. Os discursos de posse e as primeiras ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desencadearam esses sentimentos em mim e, também, em milhões de outros brasileiros e brasileiras.

Antes de prosseguir, faz-se necessário esclarecer que o conceito de utopia não é tomado, aqui, no sentido do senso comum, ou seja, como algo quimérico, irrealizável, que deve ser sempre abandonado. Quando menciono a palavra “utopia”, faço referência à concepção de Ernest Bloch, já que, para o filósofo alemão, a utopia é uma esperança.

Ainda segundo o autor, a esperança por si mesma não garante o surgimento do novo, ela deve ser ancorada em um processo transformador identificado por ele como um “otimismo militante”. Noutras palavras, nessa perspectiva, a esperança é um movimento, um confronto com os antagonismos e contradições do sujeito. É um movimento na direção do “que ainda-não-veio-a-ser”.

Por essa premissa, “o novo” deixa de ser algo comodamente aguardado, passando a ser buscado com determinação, por meio de um “esforço construtor”. A esperança, portanto, é um “sonho para a frente”, como dito, um “otimismo militante”.

Nesse sentido, foi exatamente a utopia blochiana que percebi nos discursos do presidente Lula, tanto no que foi feito na Câmara dos Deputados quanto o do Palácio do Planalto. As palavras do discurso exprimem um “otimismo militante”, uma busca para fazer nascer o novo por meio de um “esforço construtor”. Exprimem, ainda, “um sonho para frente”, para aquilo que “ainda-não-veio-a-ser”.

É absolutamente possível a materialização de tudo aquilo que foi proferido em seu discurso. Não se trata apenas de retórica nem de demagogia, pois tudo que ele falou, ele já fez em seus dois primeiros mandatos. O crescimento econômico com geração de empregos com carteira assinada, o combate à fome, a construção de casas populares, o combate à desigualdade social e ao preconceito racial, a ampliação de vagas no ensino superior, a credibilidade e o respeito internacional do Brasil, já foram e tornarão a ser realidade.

Nesse sentido, não há outro sentimento em mim que não seja o de esperança, de “otimismo militante”. Otimismo esse que não vem de uma visão romântica ou mesmo infantil de minha parte, mas, sim, das realizações descritas acimas e da equipe de governo montada por Lula, composta pelas melhores e mais experientes lideranças políticas nacionais.

À guisa de exemplo, o próprio vice-presidente foi governador de São Paulo, o estado mais rico da federação, por quatro mandatos. Ademais, ministros de pastas importantes como da Educação e da Justiça são ex-governadores também muito experientes.

Em síntese, este governo reúne todas as condições técnicas e políticas para a reconstrução do Brasil. Lula foi muito feliz na escolha da equipe ministerial, pois, como dito, ele conseguiu reunir pessoas experientes, em uma composição que espelha os melhores quadros da inteligência nacional.

Afinal, já que o país foi destruído pela gestão irresponsável, negacionista e criminosa de Jair Bolsonaro, foi necessário reunir as melhores e mais experientes mentes do país para dar conta da árdua tarefa de reconstrução nacional que temos pela frente.

Um país como o nosso, de dimensões continentais e enormes desigualdades, só poderá ser reconstruído se suas lideranças políticas sonharem, ousarem e, enfim, viverem a utopia blochiana. Lula já indicou o caminho em seus discursos e nas suas primeiras ações. Um Brasil democrático, socialmente justo, economicamente moderno e ambientalmente equilibrado – noutras palavras, verdadeiramente livre e desenvolvido – é possível.

Com Lula na presidência, voltaremos a sonhar “sonhos diurnos e noturnos”, ou seja, viveremos a utopia de um Brasil melhor. Atesto isso porque a esperança venceu o medo. A democracia venceu o autoritarismo, a civilização venceu a barbárie, o amor venceu o ódio. De alguma forma, mais de 60 milhões de brasileiros ousaram ter esperança em ter um país feliz de novo.

*Sociólogo.

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência