Relatório aponta crescimento do crime organizado na fronteira da Amazônia

De acordo com o documento, houve “explosão de extração ilegal de madeira e o garimpo ilegal” na região.

Relatório aponta crescimento do crime organizado na fronteira da Amazônia

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 28/12/2022 às 12:37 | Atualizado em: 28/12/2022 às 12:37

O crime organizado no Brasil teve um grande crescimento nos últimos anos, sobretudo na região de fronteira da Amazônia, alertou o relatório de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A equipe de Lula diz que a falta de combate a esse tipo de delito contribuiu para o aumento dos crimes ambientais na região.

De acordo com o documento, houve “explosão de extração ilegal de madeira e o garimpo ilegal” na região.

Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, indicaram mais de 10 mil km² de floresta derrubada somente em 2022.

“O mandato de Bolsonaro terminará com um inaceitável aumento de 59,5% da taxa de desmatamento na Amazônia em relação aos 4 anos anteriores”, lembrou a transição.

Conforme informou o BNC Amazonas, um relatório do ICMBio revelou desmatamento e garimpo de ouro crescendo desde 2019 na estação ecológica Juami-Japurá.

A região está localizada a 700 quilômetros de Manaus e junto à fronteira com a Colômbia. Imagens de satélite comprovam que os crimes na área de proteção integral aumentaram exponencialmente este ano.

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Susp

O diagnóstico também assegurou que as políticas de justiça e segurança pública sob o governo Bolsonaro foram marcadas por inúmeros retrocessos.

“Durante esse período, diversas vezes, o Ministério da Justiça e Segurança Pública deixou de lado seu papel institucional para se colocar a serviço dos ataques à democracia e às instituições promovidos pelo Presidente da República”, diz um trecho do relatório.

Para a equipe de Lula, o atual governo foi marcado por uma baixa implementação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

“O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social apresentou várias fragilidades, que foram reforçadas com a falta de valorização do trabalho dos policiais”, destacou.

Na avalição da equipe, houve o desmonte das políticas públicas construídas pelos governos anteriores, a ausência de diálogo com a sociedade civil e de políticas nacionais integradas na área de justiça e segurança pública marcaram a atual gestão.

Foto: Divulgação