Pesquisa expõe canais do YouTube que lucram com fake news da covid
Estudo analisou 3.318 vÃdeos de 50 perfis brasileiros durante seis meses após o primeiro caso da doença no Brasil e constatou que parte deles ainda ganha dinheiro da plataforma

Publicado em: 16/11/2022 Ã s 12:24 | Atualizado em: 16/11/2022 Ã s 12:34
Um estudo da Unicamp que analisou 3.318 vÃdeos de 50 canais brasileiros do YouTube aponta que produtores de conteúdo que espalham informações falsas sobre a covid-19 driblam polÃticas de moderação da plataforma para lucrar com monetização e anúncios.
A pesquisa, feita em parceria com Institute for Globally Distributed Open Research and Education e com a Universidade da Califórnia, concluiu que 41% dos vÃdeos que mencionaram a covid nos seis meses após o primeiro caso confirmado no Brasil desinformaram a audiência sobre a doença.
Os conteúdos analisados foram publicados entre 26 de fevereiro de 2020 a 26 de agosto do mesmo ano.
Em maio de 2022, portanto cerca de dois anos após as postagens, parte destas publicações de fake news sobre a doença ainda recebia monetização do YouTube.
De acordo com o G1, por meio de nota, a empresa afirmou que remove os conteúdos que violam as regras o mais rápido possÃvel.
Para isso, usa uma combinação de pessoas e aprendizado de máquina para identificar vÃdeos possivelmente problemáticos em grande escala.
“Também contamos com a ajuda da comunidade do YouTube e de especialistas do programa Revisor Confiável para identificar esse tipo de conteúdo e nos informar diretamente. E fazemos o possÃvel para garantir que os vÃdeos que violam nossas polÃticas não sejam vistos por muitas pessoas, ou sequer sejam vistos, antes da remoção”, afirmou a plataforma. Leia, ao fim da matéria, a nota completa.
Segundo a pesquisa, do total de vÃdeos analisados, 53% mencionaram o coronavÃrus. Os conteúdos foram publicados por 27 canais, dos quais:
14 são perfis de teorias da conspiração que discutem tópicos relacionados à saúde,
11 são canais de saúde alternativa que adotam diferentes teorias da conspiração quando é conveniente para seus interesses,
2 são da mÃdia tradicional.
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Combate
O YouTube anunciou, ainda em 2020, que combateria conteúdos falsos sobre a covid-19. Em abril do mesmo ano, a polÃtica da plataforma derrubou quatro vÃdeos do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele falava sobre remédios sem eficácia contra covid.
Porém, dos 719 vÃdeos apontados pela Unicamp que desinformam sobre a doença, 531 são monetizados pelo Programa de Parceria do YouTube, com anúncios de 516 marcas, o que inclui empresas que promovem campanhas de conscientização sobre as vacinas.
Estes 531 vÃdeos monetizados estão hospedados em 24 canais. Os pesquisadores verificaram que, em maio deste ano, 2022, 20 deles ainda recebiam monetização YouTube, que removeu apenas seis dos vÃdeos que continham desinformação sobre a doença.
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Foto: Tiago Corrêa/UGPE/Divulgação