A máquina de Amazonino está azeitada para 2018

Publicado em: 22/10/2017 às 13:54 | Atualizado em: 22/10/2017 às 21:20
Por Rosiene Carvalho, da Redação
Duas semanas após assumir o Governo do Amazonas e nomear a maior parte do secretariado, Amazonino Mendes (PDT) azeita máquina que pilotará no eleitoral com perfis predominantemente políticos.
Incluindo ex-prefeitos, ex-vereadores e políticos com mandato, a montagem da engrenagem administrativa, que conta hoje com 26 cargos de secretários, traça um desenho de quem se prepara para um nova guerra eleitoral.
Destes 26 cargos, 13 foram entregues a pessoas com currículo de atuação política e eleitoral. Parte dos outros 11 cargos, com perfil que se pode dizer técnico, já atuaram com cabos eleitorais e/ou saíram de indicações políticas, apesar de Amazonino rechaçar esse tipo de influência e asseverar que a formação do secretariado saiu de “sua cabeça”.
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A promessa de campanha era a de organizar o Estado, resolver problemas possíveis a curto prazo e não concorrer à reeleição.
Mas Amazonino, antes mesmo de tomar posse, decidiu não dispensar o trabalho do marqueteiro responsável pelas duas últimas campanhas vitoriosas no Estado: Marcos Martinelli.
O marqueteiro não ocupa função administrativa no Estado, mas é presença constante em coletivas. Foi ouvido na formação do secretariado e a sua opinião pesou mais em escolhas que a própria predileção pessoal de Amazonino.
Secretariado político
A um ano da eleição, período em que todos as peças do tabuleiro eleitoral começam a se mexer, Amazonino comanda a equipe escolhida por ele para “arrumar a casa”.
Na Casa Civil, que assumiu mais claramente um papel de articulação administrativa e política, está sob o comando do deputado estadual licenciado Sidney Leite (Pros).
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), uma das pastas de maior visibilidade em função do atual índice de violência, sobretudo em Manaus, outro político: o vice-governador e ex-deputado estadual Bosco Saraiva (PSDB).
Na Secretaria de Estado de Saúde (Susam), pasta que deve receber o maior orçamento do Estado em 2018 e que também soma os maiores desafios, Amazonino colocou outro político considerado por ele o mais fiel: o médico Francisco Deodato.
Para a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e a Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que devem ser fundidas na reforma administrativa a ser encaminhada a ALE-AM, Amazonino escalou Auxiliadora Abrantes Pinto. Dorinha, como é chamada, é conhecida por se uma das figuras mais atuantes e peça indispensável em campanhas eleitorais.
Na Secretaria de Estado de Juventude Esporte e Lazer (Sejel), nomeou a advogada Janaína Câmara Chagas, habilidosa cabo eleitoral nas redes sociais junto ao público jovem durante a campanha na eleição suplementar.
A pasta é importante degrau eleitoral. A única cadeira na ALE-AM nesta legislatura ocupada por uma mulher é da ex-secretária da Sejel Alessandra Campelo (PMDB).
Na Secretaria de Estado de Trabalho (Setrab) e na Secretaria de Política Fundiária (SPF), outros políticos: Dallas Filho (PMDB), filho do deputado estadual Wanderley Dallas (PMDB) , e Diego Afonso (PDT), filho do deputado Adjuto Afonso (PDT).
Dallas Filho é primeiro suplente do PMDB na CMM. Diego Afonso, vereador licenciado e nesta gestão também é titular da Suhab. Aliás, em função dos obstáculos impostos pela Loman, o governo rearticulou a indicação para garantir o jovem vereador à frente da Suhab e o nomeou também na SPF.
Na Sema, Amazonino colocou Marcelo Dutra que, apesar da formação na área ambiental, já disputou mandatos.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), outra poderosa pasta pelo volume de obras e recursos que movimenta, foi entregue a um perfil técnico porém com vínculos familiares a Amazonino: o engenheiro civil Osvaldo Said, que é marido da sobrinha do governador Mônica Mendes.
Said acumula, neste momento, a Secretaria de Estado da Região Metropolitana, que deve ser fundida à Seinfra.
Mônica também faz parte do secretariado. Além de ser nomeada como secretária extraordinária, a sobrinha de Amazonino coordena o Fundo de Promoção Social, geralmente posto a cargo das primeiras-damas.
Na Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejusc), Amazonino nomeou um indicado fiel ao deputado federal Silas Câmara (PRB). A experiência anterior de Clisares Santana nada tem a ver com a pasta. Ele foi gerente regional do INSS.
Para a Seap, Amazonino também nomeou um nome que soou como indicação política: o coronel Dan Câmara, irmão de Silas. Dan Câmara chegou a ir no primeiro evento com os secretários, mas depois desistiu de fazer parte do Governo.
Foto: Arte/Alex Fidelis