O seguidor da peste é a própria peste. Quero distância!

Tenho participado de todas eleições desde a redemocratização, sempre de forma ativa, militante. Nunca vi no eleitor do outro candidato um inimigo ou um estorvo. Foi assim com Collor de Melo, com FHC, com Aécio e com os demais.

Desde de 2018 minha percepção mudou.

Mudou porque o candidato que foi eleito representa o que há de mais desumano, cruel e nojento no mundo. O que não era o caso nas disputas anteriores.

O eleitor desse tumor não é mais um eleitor do outro candidato. Ele é seguidor assumido do racismo, da violência contra a mulher, da homofobia, da destruição da natureza, do assassinatos dos indígenas, da mentira e de tudo que a humanidade rechaça.

O eleitor dessa excrescência chamada Bolsonaro se vê representado na maldade do seu candidato. Ele é aquele que bate na sua companheira, que chuta no morador de rua, que defende as armas, que defende violência contra crianças, que odeia negros em índios e nordestinos. Ele é a configuração da própria maldade.

Esse anticidadão e essa anticidadã já existiam em todos os cantos, mas nunca tinha se reconhecido num líder, porque Collor, FHC, Aécio, Sarney e o próprio Temer não são políticos da morte, não são genocidas que dariam gargalhadas com a perda de vidas ou imitariam gente morrendo sem oxigênio.

É por tudo isso que não quero ter qualquer relação com o eleitor/seguidor da peste.

Essa horda renunciou até à sua fé cristã para seguir sua própria maldade. E quando alguém renuncia à sua fé é capaz de tudo, de fazer o que há de pior numa existência.

Minha decisão é de vida. Não quero ter qualquer relação com quem se reconhece no horror que esse traste defende.

Sei que seus eleitores e eleitoras seguiriam Hitler se vivessem no período de ascensão do nazismo.

Não incluo nesse campo dos seguidores da maldade aquele eleitor incauto, dominado por fake news. Este ainda pode se encontrar com sua humanidade e com sua fé e tomar outro caminho. Estarei pronto para ajudar.

Aos que escolheram a trilha da lama podre que afundem longe de mim e dos meus.

*O autor é sociólogo

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil