Lula, o campeão de políticas públicas

Ninguém criou e executou mais políticas públicas no Brasil do que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é uma verdade inconveniente para determinados setores da elite política e econômica brasileira; contudo, trata-se de um fato histórico.

Ao ser questionado pela candidata Soraya Thronicke – uma legítima representante da elite branca e abastada da sociedade nacional – sobre as realizações de seu governo, as quais ela afirmou não ter conseguido ver, Lula foi preciso na elaboração de sua resposta: “a senhora pode não ter visto, mas o seu motorista viu, o seu jardineiro viu, a sua empregada doméstica viu”.

Essa é uma síntese perfeita do que aconteceu em seus governos em relação à formulação e a execução de políticas públicas de grande impacto na vida das(os) trabalhadoras(es) brasileiras(os), tanto da cidade quanto do campo: seu foco era a população mais necessitada, não a elite.

O propósito deste texto, então, é relembrar algumas dessas políticas públicas, já que se passaram mais de dez anos do último mandato de Lula e, como assinalou o compositor, “recordar é viver, eu ontem sonhei com você”.

Nesse sentido, penso ser importante esse registro principalmente para os mais jovens, mas também por estarmos em um momento de crise da razão na sociedade brasileira, em que é preciso retomar o tempo todo questões já assinaladas.

Considero como uma das principais políticas públicas do governo Lula, a valorização do salário mínimo. Foi em seu governo que houve atenção especial para essa questão, com reajustes aplicados sempre acima da inflação. Isso se traduziu, na prática, em um aumento do poder de compra do salário do(a) trabalhador(a), algo muito diferente do que ocorreu durante os quatro anos do governo Bolsonaro, quando houve a perda desse poder.

No campo educacional, houve várias ações e políticas públicas, mas quero citar apenas o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Esse programa permitiu a expansão e a interiorização das universidades federais. Com isso, houve a criação de novos cursos e o aumento da oferta de vagas nos cursos já existentes, bem como a contratação de milhares de professores e de técnicos educacionais e administrativos.

No campo da saúde, podemos citar a criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), um dos maiores serviços públicos de atendimento pré-hospitalar do mundo, totalmente gratuito. Parece coisa banal hoje, mas, antes, pessoas morriam em casa pelo simples fato de não terem um serviço rápido de socorro. Nesse ponto, deixo uma questão para o(a) leitor(a): em seus 18 anos de existência, quantas mil pessoas o SAMU ajudou a salvar no Brasil?

No combate à pobreza e à fome, bem como no desenvolvimento da agricultura familiar, foram várias as ações e políticas, tais como: a ampliação e a reformulação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), a criação do Programa Fome Zero, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater), do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (Pronat), entre outros.

Certamente não poderíamos deixar de fora o Programa Minha Casa, Minha Vida, criado em 2009. Sem dúvida, esse foi o maior programa habitacional que nosso país já teve, com linhas de crédito destinadas a diversas faixas de renda, beneficiando toda a população brasileira. Inclusive, muitos dos que hoje gritam “PT nunca mais” moram em casas adquiridas com o auxílio do Programa.

A lista de políticas públicas é longa. Eu poderia preencher várias laudas com este assunto, mas um detalhe importante é que, com exceção do Minha Casa, Minha Vida, todos os programas foram criados já no primeiro mandato de Lula, de 2003 a 2006. Ou seja, o pouco tempo de governo não é desculpa para justificar o fracasso e a inércia do atual governo.

Por isso, concluo este texto afirmando o que já ficou claro: Luiz Inácio Lula da Silva é o campeão nos quesitos de criação e execução de políticas públicas neste país. Políticas cujos referenciais globais e setoriais estavam voltados para ações sociais e assistenciais como forma de melhorar, de maneira contínua, a vida das pessoas. E são essas mesmas pessoas que recordam e sonham com a volta de Lula, elas têm a memória viva de todas essas políticas.

A elite pode não ver, mas o(a) trabalhador(a), sim, lembra-se, acredita, confia, sabe o que já foi feito por ele(a). Por ter essa memória, essa grande parcela da população não se deixou levar por programas puramente eleitoreiros de distribuição de renda do atual governo e, em todas as pesquisas, está dando larga margem de votos a Lula.

Eles(as) só querem ser felizes de novo. E serão!

*Sociólogo